Carta às Nuvens
Quando olho as nuvens no céu deslizando caem
pétalas das recordações...
Quando as flores eram pequenas precisei
silenciar no jardim para cultivá-las sem prejudicá-las.
Era necessário um cuidado sutil para que nada
as deixasse sem equilíbrio e fluíssem no jardim.
Os
cuidados solicitavam sensibilidades como as notas de uma flauta.
No decorrer dos anos houve tempestades que machucaram
suas pétalas, houve danos que as chuvas de granizo deixaram cicatrizes nas
folhas e caules. Ainda com todo os obstáculos elas floriram maravilhosamente,
superaram alguns danos outros não, mas conseguiram continuar florindo no jardim
ao som das notas delicadas e curativas de uma flauta doce.
Hoje
já com o jardim modificado as flores dominam bem o seu espaço, conseguem
ir se ampliando no jardim, modificando, evoluindo.
No entanto volto a procurar anos mais tarde o
refinamento do jardim e descubro que novamente, o melhor para o cultivo continuar é necessário voltar a silenciar...
E assim com chuva ou sol e as nuvens
navegando no céu aprendi a buscar as ferramentas e as vitaminas para na vida
continuar adubando e as flores continuarem a se desenvolver no jardim. No fundo
o jardim não mudou, apenas os canteiros foram alterados por algumas novas plantas que ali germinaram pelas mãos
do destino ...O vento.
O vento as trouxe e estas criaram raízes. E
para o jardim continuar a florir o silencio se faz muito mais necessário atualmente.
O
absoluto silencio ,tal qual o movimento calado das nuvens, quando a ele retorno descubro que a Poesia continua
ser o meu recanto predileto no jardim acompanhada
com o doce som da flauta.
E assim olhando as nuvens em seu passeio diário
no céu entrego esta carta.
Espero continuar cuidando do jardim, das
flores primogênitas plantadas em meu coração com muito amor, junto com as
trazidas pelo destino, para vê-las
sempre florir em paz e serenidade se assim Deus me permitir.
Marli Franco
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Olá querida poetisa Marli,
ResponderExcluirCuidar de um jardim com tanto esmero, carinho e é preciso muito cuidado, dedicação e amor, tal qual você disse bem nessas belas palavras, E o silencio é o testemunho poético desse belo jardim florido! Parabéns!!
Beijinhos
Voltei, querida Marli,
ResponderExcluirDepois de ler Carta às Nuvens, encontrei essa bela frase de Hermann Hesse que me fez lembrar do seu texto como algo divino:
“O correr das águas, a passagem das nuvens, o brincar das crianças, o sangue nas veias. Esta é a música de Deus."
Hermann Hesse
Maravilhoso texto Marli.
ResponderExcluirAs nuvens sorriram... e vão responder-te!
Beijos de violetas..