"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Haikai - nº 153- Lírio *

 



Haikai - nº 153-

Lírios *

 

Puros imunes

Os lírios do pântano

Ao ego do lodo.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®




O POETA MICHELANGELO




Olhando a Poesia e a Arte em geral encontro os versos nas mãos dos gênios consagrados. Os nosso admiráveis Mestres do conhecimento e da arte na jornada evolutiva da humanidade nos presenteiam com riquezas de valor inestimável.



O POETA MICHELANGELO

 

Festejado como gênio da pintura, escultura e arquitetura, poucos sabem que Michelangelo também fez poesia.

Afinal, como ele reconhecia, “escrever é muito custoso para mim, e não é a minha arte”. Mas ele havia dito algo parecido sobre a pintura, e a Capela Sistina nos mostra que o artista pode ser exigente demais consigo mesmo.

 

É claro que não se pode encontrar em seus sonetos a qualidade de seus mármores, mas ele esculpia com a mesma força e sinceridade as palavras que, igualmente, são expressões de sua  mundo interior atormentado. Conhecem-se cerca de 200 poemas, completos ou não, que Michelangelo escreveu, na maior parte depois dos 60 anos.

Misturando sentimentos amorosos platônicos e reflexões sobre a chegada da morte, Michelangelo lamenta a inutilidade das paixões humanas, sem sentido diante do fim inevitável e prega o ideal da aspiração ao divino.

Num dos sonetos mais famosos, Michelangelo descreve sua genialidade: não existiria ideia ou conceito do verdadeiro artista que não estivessem, potencialmente, contidos num simples bloco de mármore, e a mão do escultor vai tirando da matéria o supérfluo até revelar a forma pura.

 

Este é um dos poemas esculpidos por Michelangelo na pedra do verbo:

“Eu te comprei, embora muito caro,

um pouco não sei de quê, bem perfumado

porque o odor tantas vezes me ensina o caminho.

Onde quer que estejas, ali também estarei, sem dúvida

disso estou certo e convencido.

Se te escondes de mim, te perdoo:

levando-te sempre contigo, onde quer que vás,

hei de encontrar-te, mesmo que esteja cego.”

 

Fonte de pesquisa:

https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/o-poeta-michelangelo/



E assim hoje um dia como outro qualquer,

se modifica totalmente como um sol  dourando

 a motivadora descoberta

dos Poemas do  Mestre da Arte

POETA MICHELANGELO.




Hoje me entrego as descobertas literárias do   criador excelso da obra : Pietá.

 



Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, mais conhecido simplesmente como Michelangelo ou Miguel Ângelo, foi um pintor, escultor, poeta, anatomista e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente. Wikipédia

 

A mais famosa Pietà é, seguramente, a Pietà do Vaticano, esculpida em mármore por Michelangelo em 1499.

Atualmente esta obra está localizada no interior

da Basílica de São Pedro, em Roma.




"Infinite cose, e non più dette, ci sarebbe da dire di simili scienze, ma come ho detto, vorrebbono troppo tempo e io n'ho poco, perché non solo sono vecchio, ma quasi nel numero de'morti" Michelangelo,



Fogos de Artificio


Fogos de Artificio

 

Quando estou a um passo de ti

Encontro-me com os pés nas nuvens

O céu me acolhe em seus portais

E o sol doura o meu sorriso.

 

Quando estou a um passo de ti

A tua voz me segura com firmeza

As tuas mãos as minhas capturam

O teu abraço cativo meus mistérios.

 

A tua presença envolve-me de paz

Viajamos sem rumo procurando a luz

Sabemos que não despertar do amor

Viveremos na eternidade das estrelas.

 

As nossas almas desaguam no olhar

Emoção   arde como fogos de artificio

Te dou beijo de sonhos   com audácia

A solidão da noite é sal do amor.


Marli Franco

Direitos Autorais Reservados® 



Haikai - nº 152- *Voz do Inverno I

 



Haikai - nº 152-

*Voz do Inverno I

 

O vento passou

Gelado na folha em brado

No inverno acenou.

  

Marli Franco

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Jornada Das Noites Esquecidas


 


Jornada

Das Noites Esquecidas

 

No acaso dos dias quando o sol ainda vaga perambulando no céu escolhendo as nuvens, revejo as minhas escrituras esquecidas ao longo do tempo.

O meu olhar de mãos dadas ao meu coração revê as papeladas, por onde meus pés vagaram no aprendizado incansável das noites esquecidas.

Revejo as escrituras amareladas pelo tempo, o pó marcando as linhas e a caligrafia dançando sob meus olhos brilhando. Um aviso vejo nas linhas com misericórdia, tenho ali a sabedoria necessária para levar na estrada que se descortina.

Impressiona-me a própria jornada as folhas amareladas lembram a cor do outono, ainda que lá fora seja presente e o sol corre solto neste inverno alto, o passado hoje me faz rir das aulas aprendidas tão necessárias no agora.

O dia se solta já encolhendo nas quenturas do sol as horas são rápidas folheando o passado nas escrituras. A noite chega surpreendendo, anotei tal qual anoitece os meus alicerces para reutilizar neste agora e facilitar a jornada.

Adicionei os mesmos salmos da leitura maior, a sabedoria do livro da cabeceira é preciosa o espírito flui na minha alma. Eu descubro novamente como estarei vestida e calçada, bem como o que levar na minha bolsa.

No final da jornada deve valer o aprendizado difícil e a lição novamente revisada.

Coloco as estrelas no casaco a lua ilumina meu livro e volto meu olhar na estrada, serena sigo em frente de mãos dadas com minha alma.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®


Leopardo – Usina de Letras


 

Leopardo

– Usina de Letras * 18/09/2003

 

Leopardo me tem como presa
Na mira de um olhar enfeitiçado
Saliva no perfume dos meus seios
Encurralando-me nos teus anseios.



No fetiche jade do meu olhar
Raspa com tuas garras, rasga meu véu.
Desnudando meu ventre em teus lábios
Tomando meu mistério como troféu.



Sedento com teu domínio implacável
Soluço teu nome entre beijos
Quando ardente me ergues do solo
Sugando minha volúpia em festejos.



Com a lua fora do covil
Fazendo sombra no ritmo ardil
Arrebata-me em ardente paixão
Triunfante captura da confissão.



Quando da caça não pode desvencilhar
O astuto caçador descobre-se preso
Ao perfume da pele que o conquistou
E dela já não mais se livrou.

 

Marli Franco

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O Filme – Arquivo da Usina de Letras

 


O Filme –

Arquivo da Usina de Letras

03/03/2002 - 22:57

 

Na terra árida trincada
Dos caminhos íngremes
O rei Sol queima o verde
O horizonte é ponto perdido
Nos troncos secos do cenário inóspito.



O calor do solo assemelha-se aos espinhos
A sede nas folhas é como as celas fechadas
Na falta do vento o calor aperta como máscaras
Que inflam nas rugas do rosto como labaredas.



O casebre de uma janela assiste
Devassidão que espalha sem piedade
Na porta sentado o homem desalentado
Olha o cachorro amigo companheiro do desatino.



Os pés calejados e rachados marcam o sangue
Da sandália que arrasta o próprio corpo
As mãos fracas dividem a gota d’água
Com o sobrevivente amigo do dia
O pobre cachorro de pele e osso
Reparte o destino junto de barriga vazia.



As cidades cheias de luzes observam
Nas telas as roupas sujas e a boca desdentada
Na outra ponta do mundo desumano
O filme mais uma vez ganha o troféu
Aplaude a desgraça, roteiro que nunca se desfaz.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®


Águas das Pétalas - Usina de Letras *




 

Águas das Pétalas

Usina de Letras * 12/02/2003

 

Águas espalham-se como tempestades
Em teu rio deságua o curso natural
Que indica o caudaloso desejo imerso
Na foz interna do fascínio fecundo.



Corrente de águas doces faceiras
Revolvem os sonhos nos murmúrios
Infiltram nas margens virgens do silêncio
Entre beijos silvestres e lascivos das saudades.



Na tua superfície tranquila corre livre
A suavidade translúcida das águas verdes
Confabulando entre gemidos flamejantes
A pureza das quedas fluviais da fantasia.



O vento afaga a liberdade da natureza
A nudez do rio das pétalas ardentes
Alisadas sob as pontes das estrelas
Profundezas da lua marcadas nas enchentes.



No espelho das tuas águas escoam
Gota a gota na boca da tua nascente
Amor fluente navegante da inspiração
Momento supremo da vertente de uma paixão.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®





Caligrafias do Amor


 

Caligrafias do Amor


 

O vento traz as tuas mensagens

A chuva traduz as tuas viagens

Sereniza o ritmo do pensamento

Ouço tua voz nas cartas do vento.

 

A nossa estória a lua gravou

Nas noites de beijos que confessou

No teu mundo e no meu consagrado

Ao nosso amor assim juramentado.

 

O tempo reagiu como as flores

Nos traços da união os fulgores

Dos nossos encontros rimando

E nossos corpos caligrafando.

 

Na selva o destino viu o clamor

E no coração a fé na força do amor

As vidas se firmaram e ampliaram

No encanto da paixão confirmaram.

 

O nosso olhar sem fim são sentinelas

Dos capítulos que voam nas estrelas

O nosso amor singrando e asilando

Nas encostas do destino eternizando.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®




Intenção de Amor







Intenção de Amor

 

 

Os pinheiros escondiam o piano

Enquanto você escondia meus olhos

Na luz das tuas mãos incontroláveis

Sem assim que eu pudesse ver

O amor em teu olhar inexplicável

Mas acabei vendo entre as frestas

Do teu olhar intenso

O amor aberto em teu sorriso

Encantando meu ser

Em fragrâncias de emoções inconfessáveis

E minha alma deliciosamente

Perdida na tua voz balbuciando meu nome.

Assim foi um minuto apenas

Entre o teu piano

E os pinheiros escondendo

As tuas mãos que abraçavam

O calor da minha intenção de Amor.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®