"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


O Chão








O Chão

O Chão firme e estável, seguro e altamente sustentável olhava o azul acima com suas nuvens mudando lentamente suas nuances.

No azul o vento também brincava, com as nuvens movimentando seus flocos sem se importar com espaços ou tempos.
O Chão seguia olhando tudo, parado em todo teu vasto território, seguia só olhando os movimentos de tons que no céu se alternavam paulatinamente.

O tempo estava falando, bastava observar, o Chão sabia que algo estava por vir...Não havia dúvida sua longa existência já acumulavam experiências, ela estava para chegar e ele tinha certeza de como seria sua aparição.

O tempo de espera tinha já se alongado de mais, ele sentia saudades do seu frescor, das suas límpidas faces escorregando em seu corpo.

A espera tornava mais pungente o desejo do regresso, palpitava o coração do chão seco e indomável   fazia já tanto tempo...

No momento seu olhar voltou para o azul e ao navegar com suas lembranças, havia esquecido de olhar e gravar os detalhes da chegada da amada. O seu vestido seria longo, tanto quanto o tempo da sua ausência, ele esperava que a estadia em seu corpo não fosse breve para regozijar longas lembranças no futuro.

Ao som de um raio que o mundo estremece o céu já não era mais azul e o vento moveu tudo para o acinzentado ela estava chegando... A sua espera dava para sentir no suspirar da terra, nas aves procurando os ninhos, nas árvores com suas folhas fazendo danças e algazarras com o vento, ela estava chegando...
O Chão olhou mais uma vez para o céu com seus olhos âmbar, extasiou-se, pois neste exato momento ela surgiu transparente ...

Ela finalmente apareceu.
Reluzindo nos últimos raios de luz, veio caindo mansamente como um beijo suave experimentando sentimentos, saboreando a descida. Com olhar instigante fixava   seus olhos no chão, sem desvio mostrando que não ia parar tinha chegado para amar e fertilizar a vida.

O chão não respirou, parou deslumbrado com o vestido translucido de águas claras que foram aventurando e se desnudando sobre seu peito, tornando-o cativo. E assim ela foi inundada com suas águas, fazendo seu território vasto ficar todo vivo, pulsante inebriado, bêbado da pureza que dela devastava suas entranhas.

Na vida o chão era sempre firme e seguro, mas quando ela chegava suas máximas ficavam sendo macio e friável, o amor fazia isso antes de fertilizar o tornava vulnerável, entregue aos caprichos indomáveis que ela assim vinha para recriar.

O tempo se fez belo em toda sua natureza, o chão se entregou amante em todo seu esplendor, se expôs sem limites para ela a bela, a Chuva, que hidrata alma de   todo planeta.


No final a chuva passou deixando seu perfume no chão, no ar o frescor da vida até um próximo tempo suas lembranças ficam desabrochando no planeta.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®


Haikai no Folclore - Yara





Haikai no Folclore


Yara


A indígena Yara

Da região amazônica

 Mãe d´água, “luara”.





Cabelo preto, ela

 Com seus olhos castanhos

A invejável bela.




A sereia atiça

Os peixes salvam Yara

   Canto feitiça.



Marli Franco

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Universo








Universo

A noite com seu manto invernal

Despetalou as estrelas na praia

No ar moroso do mar desmaia

Estrelas brilham na areia de sal.


Olhando o céu o mar gargalhou

Jogou espumas nas estrelas agitado

Que subiram em luz no azul calado

A noite insatisfeita a lua projetou.


O inverno é enredador no festejo

Acomoda a natureza no lampejo

Faceiro nas desavenças constata.



O mar abalado, a noite fica calada

Sobra na aurora uma lua agitada

Que perde hora e beija o sol insensata.


Marli Franco
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Haikai no Folclore - Festa Junina






Haikai no Folclore



Festa Junina


Junho já é trilha

 Festa doce e modesta

Fogueira e quadrilha.







As bandeirinhas

E os balões voam nas canções

Brincadeirinhas.





Festa do quentão

Santo Antônio é bem no início

Tem pipoca e pinhão.




E   depois São João

A festa caipira é esta

A época do quentão.



São Pedro é o final

 A canjica junina indica

A Festa é divinal.



Marli Franco
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Haikai no Folclore -- Uirapuru










Haikai no Folclore

Uirapuru


Uirapuru e a flauta

De guerreiro ao trinado

Ouviu-se na mata.




O amor proibido

Inconsolado foi atingido

Mágico destino.





Amada ele olha,

Ele canta sempre encanta

No Folclore brilha.



Marli Franco
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