"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


No Cetim do Teu Nome...

 



No Cetim do Teu Nome...

Usina de Letras *   15/03/2003 –

 

Olho, vejo você ...
Esperando de braços abertos.
No cetim macio do meu corpo que caminha...
Aproximo te abraço, enlaço, te beijo no espaço
Fazendo o som do tecido te envolver nos passos.


Sinto teu corpo quente, o calor abrangente na mente
Dobras do cetim que dançam sob teu olhar aguçado
As tuas mãos puxam mais, juntando meu contorno ao teu.


Escorrega o pano, na pele tão leve quanto teus lábios
Sorrindo te entrego a maciez do tecido em tuas amplas mãos.


Me quer de mansinho, bem devagarinho, a beijar todos os recantos
Carregas cingindo minha cintura, mostra teu desejo que pulsa
Alisa o azul das fibras que te fazem gemer em fantasias
Alucinado me coloca no colo, pedinte de carinho sem querer dividir
O momento é nosso ampliado na madrugada para saciar a lascividade...



A noite lá fora é silenciosa...



As tuas mãos me tocam sem limite rasteiam
O meu corpo que quente te solicita em gemidos suplicando teu desejo
Tens um fogo que me queima, queres tudo, pedes, encena, me suga
Mordes meus lábios marcando tua posse, beija-me com intensidade.


Rasgando o tecido azul turquesa que brilha nos teus negros olhos de estrelas
Tirando meu ar, me lavando em suores a turvar a minha paixão
Querendo todos meus pontos molhados e todos meus sonhos, ilimitados
E depois de toques e caricias sorri me encantando, deslizando, recriando
Perdida me entrego sem mais pensar, em tuas mãos macias a suspirar.


Se sou tua já não me pertenço, me esqueço ,me entrego te absorvo
Se te cativo ,transformo na frente dos teus anseios em sedução
No leito flutuo em teus arroubos, onde revisto-me no cetim que me cobre
De mares intempestivos do prazer até ondas macias da fluidez
Que em exaustão, na imensidão escorrega na mais doce paixão
Onde caminhos voei e agora me entrego nua ao teu delírio
Na fração do teu nome que não esqueço na insensatez do momento.
Quero-te ousar e sem depois analisar os prós e contras
Entrego –me apenas em teus campos, pois teu calor ainda não esqueço
O que restou alinhavo com fios dourados nas dobras do tecido amassado
É o amor que se recria , cravado em cada fibra, tecida nos verdes tempos.


Beijo você daqui, de tão longe, mas tão perto do meu coração
Completa entrego as emoções, que estremecem no cetim azul do céu
No simples balbuciar do teu nome a recordar-te em minha solidão.



A noite lá fora continua silenciosa...

Marli Franco

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