O Nada
Cerca, aperta, afronta...
Engole os sonhos sem licença
Invade alma em mil lágrimas
Esmigalha a pura consciência
Perturba o azul do refúgio bem montado
Desestrutura as velhas peças marcadas
Coroe todas fantasias sem piedade
Esvazia...anula...
Perde o compasso dos passos
Desintegra o rumo dos caminhos
Estilhaça a ilusão da alegria
O frio é abaixo da escala suportável
Rasga o silêncio do peito em vão
Ergue inútil a mão
Infeliz...só segurando na outra...
Na esquerda que comanda a direita
No lado frágil que se rasga
A pele mancha reagindo
Os olhos absorvem o vazio...
Inútil...O nada ...Que só amarga.
Marli Franco
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