"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Tempo para o Silêncio





Tempo para o Silêncio

 



A cortina dança nas mãos do vento é domingo na hora que a sala consegue enfim respirar o silencio.

 

O gato branco olha lá fora assiste calmamente o passeio do vento beijando as flores sem mesuras.

O vento é um apaixonado influente e inconsequente nas horas que se despem na calmaria e o gato até fecha os olhos saboreando o perfume das flores desnudas.

 

Em tempo entendo mais dos olhos do gato e suas yogas perfeitas nos dias normais.

Na fração parada do tempo vejo que o vento me recrimina, já que não sossego para me deixar viajar nos carinhos dele.

O gato também recrimina quer colo, enquanto eu sobrecarregada de trabalho fico sem tempo para as coisas importantes deste mundo.

 

A simplicidade é o ouro do tempo vigente.

 

O relógio logo me chama como o acelerado toque do piano que ao meu lado eleva minha mente em um mundo tão doce.

Lembrei do jardim das margaridas lá onde o piano me acompanha e posso me entregar aos movimentos da dança da alma.

O sol até aparece no local sorrindo e aquece meus pés descalços, um momento tão único em suavidade que entrego ao meu ser, em celebração a gratidão com a vida.

 

O gato ainda olha o vento da janela e o vento sorrindo, se enrola em meus cabelos dando sossego as flores do manacá, tão abusado este vento que derruba meu quadro da alma e espanta o gato da janela.

 

A hora já ganhou vida, a sala movimenta o portal sincronizando o tempo, logo chega o crepúsculo com o véu das estrelas.

O silêncio flutua no tempo...

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®








 

Combate


 



Combate

Acervo da Usina de letras

-- 18/05/2002

 

Na sombra do pensamento
Escreve rodeada no desalento
Na pedra branca da dúvida
Agarrada nos alicerces da fé.



O pensamento se agita no vento
Range as portas das possibilidades
Ineficazes na jornada solitária
Onde o sol é a única fresta.



Os ventos lançam suas forças
Mudam os rumos chicoteando o coração
Derrubam as ilusões e os sorrisos
A oração carrega o escudo da esperança
No meio do dilúvio das lágrimas.



Haverá dias do sol rompendo os espaços
As frestas se transformando em portas abertas
O vento será apenas uma brisa de primavera
Recordando apenas a força da fé.



Mas ainda o tempo ...
É do bom combate,

No meio das fases descoordenadas.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®



Os Vagalumes

 


Os Vagalumes


Olhei o céu quando deslizava em tuas letras.

 

Vi quando os vagalumes descortinavam a noite, iluminando a lua com a cor da lanterna dourada, fazendo sombra no prateado, de onde podia-se visualizar o romance e o mistério dos céus.

 

Na noite não se ouvia as vozes dos românticos, só o cintilar dos vagalumes fazendo brincadeiras nas asas do vento.

Voavam rodopiando quase perto das estrelas, fazendo coreografias dourando a poeira do ar. E logo depois mergulhavam ao redor das margens do lago, para encantar as águas profundas da minha íntima natureza.


As palavras na verdade eram os vagalumes das tuas páginas que foram me encantando, fazendo danças românticas no meu coração.

E assim senti a vibração da natureza, lançando romance na minha saudade adormecida.


Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®