Tempo
para o Silêncio
A cortina dança nas mãos do vento é
domingo na hora que a sala consegue enfim respirar o silencio.
O gato branco olha lá fora assiste
calmamente o passeio do vento beijando as flores sem mesuras.
O vento é um apaixonado influente e
inconsequente nas horas que se despem na calmaria e o gato até fecha os olhos
saboreando o perfume das flores desnudas.
Em tempo entendo mais dos olhos do
gato e suas yogas perfeitas nos dias normais.
Na fração parada do tempo vejo que o
vento me recrimina, já que não sossego para me deixar viajar nos carinhos dele.
O gato também recrimina quer colo,
enquanto eu sobrecarregada de trabalho fico sem tempo para as coisas
importantes deste mundo.
A simplicidade é o ouro do tempo
vigente.
O relógio logo me chama como o acelerado
toque do piano que ao meu lado eleva minha mente em um mundo tão doce.
Lembrei do jardim das margaridas lá
onde o piano me acompanha e posso me entregar aos movimentos da dança da alma.
O sol até aparece no local sorrindo e
aquece meus pés descalços, um momento tão único em suavidade que entrego ao meu
ser, em celebração a gratidão com a vida.
O gato ainda olha o vento da janela e
o vento sorrindo, se enrola em meus cabelos dando sossego as flores do manacá,
tão abusado este vento que derruba meu quadro da alma e espanta o gato da
janela.
A hora já ganhou vida, a sala
movimenta o portal sincronizando o tempo, logo chega o crepúsculo com o véu das
estrelas.
O silêncio flutua no tempo...
Marli
Franco
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