"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Tempo ao Verso

 




Tempo ao Verso

 

Esperei a voz do amanhã me acalmar, aquela que soa nos bambuzais e traz para mim o encanto da solitude.

O transmutar nos caminhos da solitude me fazem regressar ao meu próprio compasso das notas da minha alma.

 O meu passo no meu tempo em que eu sou ave do meu íntimo de mãos dadas com a minha companhia a suavidade.

Esperei a voz do amanhã, a voz do sol aquecendo os meus pensares. Despertando as margaridas plantadas nas eras de aquário, para honrar o sol no meu ser silencioso, nas cascatas da minha poética interna.

O tempo e a poética não fluem na mesma onda. Ando assim quando tenho tempo foge a estesia das mãos, quando não tenho tempo surge ela com toda magia.

 E assim vou na expressão   do meu desejo irreverente, revendo meus versos soltos em busca de espaço para singrar no meu mar da Poesia.

Em tempo ao verso que amo...


Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®





Haikai em Especiarias Páprica



 


 

Haikai em Especiarias

Páprica

 

Vem dos pimentões

Da América é a páprica   

Dá cor e sabor.

 

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

 


*A páprica é derivada de pimentões secos e moídos. Especialmente em culinárias húngara e espanhola.


Haikai em Especiarias Cravo -da- Índia

 



Haikai em Especiarias

Cravo -da- Índia

 

Das Ilhas Molucas

Pratos doces, salgados

Até os perfumes.

 

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

 


* O cravo era uma especiaria rara e valiosa

 na Europa medieval.


Haikai em Especiarias Coentro

 




 


Haikai em Especiarias

Coentro

 

Longa história

Saladas e cozidos

Vem lá do Egito.

 

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

 


*O coentro tem uso culinário e medicinal.


Dança ao Luar

 


Dança ao Luar




Danço ao te olhar no fundo da tua alma

Com o fascínio dos sentidos no teu olhar

O crepúsculo em parceria com um beijo

E o meu corpo se preparando para girar

Nas tuas mãos que vem me acompanhar.



Danço quando o tudo vier a nascer

Tal e qual um jardim a florescer

Um complexo místico do teu desejo.

Exalando no ar o sutil perfume

Da rosa, das sílabas da tua boca.



Danço quando o som do violino surgir

A saia a te provocar sem pensar

Leve girando coloridos tecidos no ar

Enquanto tuas mãos de dançarino

Preparam-se para me aprisionar.



Danço quando os acordes falarem

Os nossos pés nos mesmos compassos

O leque das mãos no cetim da tua camisa

Mistério meu e teu no mesmo sorriso

E assim agitando os nossos movimentos.



Danço em um interlúdio das estrelas

Aos significados dos quatro elementos

Um fetiche em plena cena com o pudor

Surgindo assim leve e livre para brindar

Início de agosto em pleno luar.



Marli Franco

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Dança Cigana


 

Dança Cigana



Juro que vestirei a longa saia rodada

Colocarei pulseiras douradas

Colares de festa e blusa de seda

Dançarei sonhos noite a fora em volta do fogo...

Juro que serei apenas uma dançarina

Com uma flor sagrada nos cabelos

E o profano incendiando

O corpo com giros de desejos...

Juro que te darei a sedução em um xale

Transparente caindo na minha cintura

Deslizando pontas de movimentos

Conforme a música de um violão

Surgir na calada da tua imaginação...

Juro que trarei um pandeiro com fitas

Com tua inscrição colorida

Bailarei só pra teu olhar

Quando meu leque movimentar

No momento que a lua

No céu surgir pra me iluminar...

Juro pelo ar, pelo fogo, pela água.

E por fim juro pela Poesia dentro de mim

Que faz nascer esta dança pra ti.

Marli Franco

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Cigano

 


Cigano



Sei que prendeu com teu olhar de lince

Durante a dança a cor da pele escondida

Dancei em teu peito de cigano fiz um lance

Mas em cada dança fiquei mais perdida.



Sei tuas mãos fizeram marcas e flagrou

Tuas garras salvaram do fogo não de você

Quando na fogueira meu xale queimou

Cigano como pode, tornar a captura tão doce?



Sei no final da dança gritou para seu cavalo

E tal qual um alado ele surgiu do simples nada

O final o compasso se uniu ao momento do regalo

Uma fuga concluiu em tua garupa por ti planejada.



Sei que capturou em tua criação uma zíngara

Mas doce nômade, qual dança agora surgirá?

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Haikai em Especiarias* Noz Moscada

 




Haikai em Especiarias

Noz Moscada

 

Das Ilhas Banda

Especiaria valiosa

Sabor nos pratos.

 

Marli Franco

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Haikai em Especiarias * Cominho

 




Haikai em Especiarias

Cominho

 

Do Oriente Médio

Dos antigos aos atuais

O melhor sabor.

 

Marli Franco

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Haikai em Especiarias * Gengibre




Haikai em Especiarias

Gengibre

 

Da Ásia vem a origem

Picante, puro sabor

                 E é apreciado.

 

Marli Franco

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Haikai em Especiarias * Açafrão

 



Haikai em Especiarias

Açafrão

 

Vem dos antigos

Sabor rico no prato

Paella e risoto.

 

Marli Franco

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Haikai em Especiarias * Pimenta Preta

 




Haikai em Especiarias

Pimenta Preta

 

Tempero antigo

Valiosa nas rotas

Realça o sabor.

 

Marli Franco

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Haikai em Especiarias * Canela





 

Haikai em Especiarias

Canela

 

Bela é a Canela

É medicinal e adoça

Há anos dá sabor.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®


 

 

* Originária do Sri Lanka, a canela é usada há milênios.

 

Palavras na Varanda




 

Palavras na Varanda

 

As minhas palavras apreciam a brisa

 na varada da minha alma.

Na varanda da minha alma, passa um rio suave nele desliza a jangada da quietude. E ali também tem as flores de lavanda cobrindo o assoalho da jangada.

Na varanda da minha alma, tenho as minhas palavras, lá elas são aquecidas pelo Rei Sol. É na varanda também que recebem o banho de prata do Luar. Nas imersões do Sol e do Luar, as palavras conseguem flutuar na varanda e dançar com as flores soltas da cerejeira.

A caneta   costuma despertar as palavras fazendo o contorno das sílabas. Na caligrafia o movimento da caneta é ágil com o tom vibrante das rosas vermelhas, tal qual uma espada quando flecha o ar. É como um batom delineando a boca das sílabas, para quando a hora for chegada, deslizar nas linhas da folha branca.

As minhas palavras estão como pássaros se colorindo voando na primavera. O tempo é o guardião da folha branca, lá onde o limiar das pupilas se dirige para uma pausa nas horas, para relaxar no perfume da indelével Poesia.

Agora, no simples agora, as minhas palavras apreciam a brisa e o perfume das cerejeiras na varanda da minha alma.

Marli Franco

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Café a Inspiração

 



Café a Inspiração

 

O dia desperta com o vento

 Equilibrando acrobacias um alento

 O sol escreve letras douradas

Trapezistas nas paredes acaloradas.

 

Os sons das notas surgem

No fogão as línguas de fogo urgem

A deusa água ferve com a conexão

Ao ver o Senhor Café a inspiração.

 

E tudo corre na xícara branca

A elegância sutil da mesa franca

 As risadas são como estrelas a falar

No início do dia a magia vai instalar.

 

 Os dois gatos são domadores

Da folha e da caneta salteadores

  O picadeiro nos pés da mesa

  No dia que se inicia com surpresa.

 

O aroma espalha a hora do café

  Lembro o sarau no cybercafé

No encontro das letras o encanto.

Um sorriso no preparo do recanto.


Marli Franco

Direitos Autorais Reservados® 



Passeio no Píer

 




Passeio no Píer

 

A prosa chega quando sentada me encontra no píer da vida...
Olho o céu tão azul dando sorrisos ao mar enquanto as gaivotas brincam com suas asas colorindo, entre o céu e o mar, o ar da vida. Os meus pés brincam nus nas águas azuis deste mar manhoso, que neste momento assiste o voo das gaivotas. Suas ondas surgem macias com riscos de espumas brilhando ao sol. O olhar vaga passeando entre o céu e a terra, com vontade de emergir no horizonte em busca de ilusões distantes.


O dia passa vagarosamente, com preguiça sem a pressa das horas, que parecem ter ido embora deixando a natureza livre para reinar. Eu neste mundo tão particular me entrego neste azul, respirando o banho das cores e sentindo a brisa em respingos do mar molhar meu vestido. Um momento íntimo onde o paraíso parece descer dos céus para brindar a terra. Lembro dos meus desejos tão secretos, das sensações que trago tão escondido, dos meus pedidos silenciosos que povoam este universo tão meu. Se alguém olhasse nesta imagem talvez em uma fresta de azul pudesse ver os segredos tão ternos e ao mesmo tempo tão lascivos, voando nestas nuvens abertas. O meu corpo ainda palpita em sensações que agitam os meus detalhes mais cobertos, sem que ninguém perceba meu espaço interno; que ainda me leva em grandes alturas e quantos sonhos perfeitos desfilam dentro de mim...


O fim da tarde chega ainda brincando no meu rosto, o vento desabotoa meu vestido deixando seu perfume no vão entre a ver no colo dos meus seios. É neste momento de suprema serenidade que você se aproxima sem licença, invadindo meu espaço num olhar ousado. Desprevenida em meu devaneio surges além da fresta de nuvens, se materializa no cenário como um toque de magia. Senta-se tão próximo e calado acompanha o movimento dos meus pés na água. Olhas inquisitivamente como quem sabe e conhece bem meus pensamentos. Sinto que reparas no vestido coberto de respingos de água, que cola em meu corpo deixando moldada a minha silhueta. Senta-se ao lado, fixa teu olhar acompanhando o movimento dos meus pés ainda submersos na água. Recolho ligeiro este movimento, insegura, tentando manter-me distante. Mas a tua audácia e ousadia com força movimentam as águas, com o balanço dos teus pés que espirram mais gotas em minha saia rodada. O vento teu cúmplice auxilia na façanha e sem limites levanta a beirada da saia, deixando teu olhar aguçado na brincadeira silenciosa derramar o sorriso em teus lábios.


Sem muito pensar, apenas em impulso tentando fugir da situação levanto-me bruscamente e neste misto de ansiedade com perturbação é que escorrego no píer caindo sobre teu corpo. Paralisada na ação, com o olhar buscando um refúgio, teus braços movimentam acolhendo-me em um doce abrigo. Em uma perfeita conjugação de contornos unidos, ficam sem que nenhum dos dois mude o prelúdio que se instala. As emoções estremecem nossos corpos de onde flui a energia da alquimia. Somos dois em um, as palavras são desnecessárias o corpo tem todas as falas. O teu olhar penetra nos meus em uma mistura de parcerias tuas mãos se tornam ondas arrastando –me em profundos mares que me entrego vencida, extasiada dentro do clima.


Permito-te todas as ações e te envolvo em todas as emoções. Surpreendes com minha ternura e minha sensualidade, unidas desencadeando em tuas íntimas sensações vorazes deixando-o perder o controle do tempo e do espaço. Nossos desejos atingem patamares inviáveis no píer, recobrar o controle já se torna impossível. Vejo em teus olhos a razão mostrando que vais me levar para teu covil, que sua presa serei sem outra opção tanto quanto você pertence aos meus braços e deles já não quer mais sair.
Levantas e me carregas em seus braços, sem pressa absorve um abraço, colocando-me na sua frente. Nossos corpos são peças que se encaixam com perfeição, nesta utopia teus olhares ainda mergulham no meu. Sabemos de todos nossos silêncios na paixão clamados de amor na união.


O sol vai se pondo no horizonte, as gaivotas soam avisando que o tempo até então parado a nossa volta está para retornar, tuas mãos tocam meu rosto para a suavidade do momento marcar em meus lábios o movimento sublime de um beijo...

O píer continua ali parado, vazio olhando céu e o mar...

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

 

 


Encanto da Solitude

 





Encanto da Solitude

 

Esperei a voz do amanhã me acalmar, aquela que murmura nos bambuzais e traz para mim o encanto da solitude.

A solitude me faz regressar ao   caminho, no compasso das notas da minha alma, o passeio no tempo em que eu estou de mãos dadas com a minha suavidade.

Esperei a voz do amanhã, a voz do sol aquecendo os meus pensares. Esperei o vento despertar as margaridas plantadas no beiral da jornada, para honrar o sol do livro silencioso nas vertentes da minha poética interna.

O presente faz acrobacias nas chuvas ou no sol, no inverno ou no verão e perpetua todos os efeitos nos campos vastos da saudade sem se importar com os brocados das emoções, tudo fica arquivado nas estórias das estantes.

E assim no futuro os papeis se transformam em lembranças. Então ali se transmutam em pergaminhos preciosos que serão em algum momento, em rodas de celebração despertados como estórias das estantes.

 Enfim onde serão relatados como momentos dourados de um tempo precioso da jornada.

 

Marli Franco

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Haikai -205 Dia Ensolarado

 



Haikai -205

 

Dia Ensolarado

 

No céu segue a íris

Viajando no acaso

Perde-se no azul.

 

Marli Franco

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Haikai -204 Imaginação


Haikai -204

Imaginação

 

Imagina   arte

A tela espera o pincel.

 No avesso a foto.

 

Marli Franco

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O TEMPO QUE O VENTO LEVA

 


O TEMPO QUE O VENTO LEVA

 

Os ponteiros andam sempre com pressa de marcar o vento que passa.

 Os ponteiros das gerações e seus conflitos, dos arroubos da juventude que chocam com as mechas brancas.
Os ponteiros das grandes épocas em contraposição com as grandes guerras, com as grandes catástrofes, as desastrosas epidemias e as grandes descobertas.
Os tic...tac vão andando sem se alterar, pois o mundo não para tem de caminhar, fazer uma nova história, traçar neste presente e ser um dia de época no passado comentada no futuro seja boa ou ruim.
O tic..tac dos homens rola, o planeta transforma a essência da vida que escapa do controle da razão e bate de frente com a intolerância que aniquila a própria vida.
Os ponteiros continuam , o calendário vira, a economia do mundo aterroriza e os indivíduos se arrastam na sarjeta e outros....Lambem os palácios.
O tic...tac continua...O mundo também os homens aprendem e esquecem tudo novamente pois a memória é caixa de esquecimentos.
Mas o tic.. tac continua, continua... Na esperança da criança, na energia do jovem, na insensatez do adulto, na sabedoria do velho.
O vento só para o tic...tac quando o amor acontece, mas o momento é tão efêmero que o homem o perde e o tic..tac volta a reger as horas do tempo presente.
No começo deste texto o pensamento já virou passado e quando o ponto final tocar no papel será o futuro que estará na porta do tempo que o vento levará.

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®



 


A Flor de Lótus e a Poética


 

A Flor de Lótus e a Poética

 

Na humildade do lodo ela surge com beleza inigualável.

Perfeita fica submergida na noite nas águas e ao raiar do dia aparece bela, tranquila inatingível com sua virtude simbolizando a pureza e vida longa.

A poética sinto assim que fica submergida nas águas profundas da alma. A inspiração consegue trazer na superfície a Poesia em momentos raros quando o silêncio reina no cenário e se ouve apenas e unicamente o canto da lira.

A poética surge submergindo das águas deslizando nos versos ileso e abrindo suas pétalas em rimas deslumbra a folha branca com sua intocável beleza.

A flor de lótus e a poética possuem a beleza intocável uma é divina ficamos sem palavras, a outra a inspiração cai nas mãos humanas, mas o seu berço também é na luz divina.

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®