Luzes
Paralelas
29/01/2008
Ontem
a luz era uma pira eterna
Tua boca consagrava o amor em meu olhar
Não havia linhas paralelas éramos um ângulo
O côncavo e o convexo, duas palmas em sintonia.
Dois olhares no mesmo percurso
Os teus pés e os meus, a tua voz de beijos.
Os meus beijos em tua boca de voz.
O mar quando se estendia em meus cabelos
Naquela primavera dos teus desejos e sonhos
Sob tuas mãos de vento agitavam-se os fios
Sob teus beijos se moviam como ondas ao sol
Os lábios da areia enciumados gritavam
Brilhavam assim cristais de lasciva paixão
Enquanto eu interna sorria teu nome
No centro do meu incontido coração.
Não posso soltar meus laços.
Perdão...
São sempre teus abraços, lançados através do vento
Trazidos das estrelas que vagam na noite
Fazendo um correio de luzes para chegar até mim.
Amo-te assim...
Hoje não é mais o ontem eu sei, é o eterno agora;
Como sei...
O mesmo eterno que invoca e envolve nosso amor
O hoje, onde tuas mãos são paralelas as minhas.
E meus pés seguem sem te acompanhar
A minha estrada é teu olhar brilhando
Na saudade do meu coração.
A tua voz vem sempre soando, murmúrios do mar
Canções dentro de mim que abraçam feliz
Minha alma quando grita teu nome
Luz do meu sentir...
Poesia que flui assim, simples de mim para ti...
Marli Franco
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