"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


O Beijo da Dança







O  Beijo da Dança


Quando nossos olhares estão em festa
A música inspira, o corpo se manifesta
No prelúdio em ardor nos abraçamos
E juntos sorrindo apenas sintonizamos.


O som ondulando delicado se prepara
Na ponta dos pés a coreografia se ampara
Nos adágios criados o fascínio da sensação
O desejo leva os corpos deslizarem no chão.


Nos acordes ventanias de preguiça
Passos vigorosos movemos na premissa
Nas ondas confabulamos e nos bailamos
Assim na partitura sorrimos e encantamos.


A   música foi mistério no ar fluindo
Nós dois de mãos dadas ondulando
Força e movimento sincronia reclinamos
A paixão que arde envolve e plainamos.


Os giros e saltos fascinam nos enredam
Cativa em teus braços que me seguram
Meu corpo colado em ti se molda, exijo
A trégua do movimento, volteio ao beijo.


No movimento somos ventanias
A dança nos une em corpos iguais
No amor a dança é a alma luzindo
Exaustos deitamos na melodia sorrindo.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®






Haikai --- Silêncio









Silêncio 


Puro silêncio 
Riqueza da natureza 
A vós presencio. 


Marli Franco 
Direitos Autorais Reservados®




O Arrebol









 O Arrebol



O final da tarde bateu na janela, com o Mordomo do Tempo e uma solicitação da minha atenção, para observar o convidado que chegaria logo mais.
Quem seria o convidado? Na solicitação requeria minha atenção por um tempo pequeno, mas de intenso significado.

Entreguei ao Mordomo minha aceitação e curiosa corri para preparar os detalhes da espera. Afinal toda espera se acerca de infinitos detalhes.
Em primeiro abrir bem a janela olhando para o horizonte.

 Deixei meu gato Apolo dividir a poltrona comigo já que não foi falado, sobre estar acompanhada ou não.

No ar um aroma de lavanda se inteirou da situação e se misturou com a cena confortavelmente.

Com a janela tendo na tela o horizonte o meu ser se ajustou na delicadeza. E assim fui notando as mudanças que ocorriam paulatinamente no céu.

O Sol deslizava sutilmente atrás da cortina, me olhava sabendo que eu estava ligada na sua esfera.
O sol alaranjou mais... 
Eu até desequilibrei com as nuances que infiltravam na janela, caindo no meu colo despreocupadamente.

Logo depois o Sol também perdeu seu equilíbrio, caiu atrás da montanha e não voltou...
O relógio avisa, a chegada do vespertino, quando o sol se esconde e seus raios seguem para o outro lado da terra que é a hora do Convidado.

No inesperado do horizonte acontece o ocaso nas venturas da estrada.
No ato a surpresa é a dispersão da claridade o céu se tinge todo de azul mesclado com lilás.
O Mordomo tinha dado um aviso sucinto para ser cautelosa, já que o convidado era rápido e silente.

Olhei a janela sorrindo para o Convidado, com sua cor gradiente, que sem uma só palavra tingiu a cortina de azulado e meus cabelos de lilás. 
Um assombro, fiquei pronta para gritar de alegria, quando meu vestido se aquarelo em azul...
 As minhas mãos se perderam nas cores, no céu se mesclavam e ali se fundiram nos flocos dos meus sonhos.

Na estória então levantei a inspiração e incrivelmente toda a razão.

O Convidado era o Crepúsculo. 
O lusco-fusco veio banhar-me com uma pincelada da Arte Divina.

  O Crepúsculo me transportou para sentir a exuberância da natureza nos especiais minutos.

No final encantada ainda com o céu, o noturno me pegou em seus braços para sonhar, o vento minha janela fechou...

E o Apolo, nem acordou...


Marli Franco
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Haikai - Flor da Macieira







Flor da Macieira


Zeus casa com Hera.

Saúde e felicidade,

Gaia dá a macieira.




Marli Franco

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Ao “Soneto de Arvers”








Ao

Soneto de Arvers


Verso inefável

Saudade é faculdade

Incontestável.



Marli Franco

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Referência 


( O “Soneto de Arvers” foi escrito em 1831 e publicado em 1833 e traduzido milhares de vezes para os mais diversos idiomas, inclusive para o Esperanto. Inspirou livros e peças de teatro, que usaram o soneto como tema. É considerado o mais belo soneto do século XIX.)



A Neve








A Neve

Na neve a bússola move o arrebol
O silencio é o palco no reino do sol
A voz da brisa no cenário é serena
A ilustração da resiliência encena.


Na neve tem estórias e passageiros
As longas estórias congelam o luzeiro
As curtas frases a roda dos ventos gira
Os ouvintes olham a janela e suspira.


Na temporada gélida a voz fica sem regalia
A experiência é o docente a luz a sabedoria
A estação assim surge, tão inesperada...


O inverno com os seus cabelos translúcidos
Brancos cristalinos, nos longos sentidos
O estilo muda a vida, simples e sagrada ...

Marli Franco
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Murilo Mendes - - Grande Mestre









  Murilo Monteiro Mendes











Murilo Monteiro Mendes






foi um poeta e prosador brasileiro, 


expoente do surrealismo


na literatura brasileira. 



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Da Série -- Surreal * I








Surreal * I

Joguei um cheiro nas flores secas,

Insultadas as pétalas viraram avencas.

O vaso se arrepiou,

E mais calado ficou.

Enquanto as rosas gargalhavam,

Os perfumes de lavanda exalavam,

Com os pingos da felicidade.



Marli Franco
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