"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Nas Ondas Noturnais



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Nas Ondas Noturnais

 

Queria ser Lua...

Passear nas asas do céu

Esquecer os pés na terra árida

Brincar de labirinto nos cometas

Soltar sorrisos nos vértices das estrelas.

 

Queria ser Lua...

Acordar na hora do crepúsculo

Desvendar a música da madrugada

Escutar as inspirações dos Poetas

Deitar-me nas almofadas dos versos.

 

Queria ser Lua...

O verbo querer não é conjugado

Quando meus pés estão na terra

Quando o sol faz queimar pensamentos

Seca as sílabas com raios do silencio.

 

Não posso ser Lua...

É nas ondas noturnais

Que admiro o encanto dos vagalumes.

Marli Franco

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Era uma vez...


 

Era uma vez...

 

Era uma vez...

Um pote de azedume

Copos riscados do sonho pedalante

Pratos e mais pratos descabeçados

Soldados de talheres vestidos de prata

Vozes exigentes amontoadas nas almofadas.

 

Era uma vez...

O sol quase agonizando na boca do vaso

Uma cortina e um vidro quebrado

Na pia as lascas da janela perdida

A porta se abrindo

Movimentado a nova jornada.

 

Era uma vez...

O tempo e o passageiro

Ligeiro que não avisa as curvas da vida

Só assusta quando faz as paradas

Na jornada arrisca tudo

E muda a trajetória.

 

Era uma vez...

 

Marli Franco

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Horas do Verso


 

Horas do Verso

 

O sol sai do céu sem dizer até amanhã.

A lua chega sem dizer boa noite

Eu vou me calando sem dizer um verso

E as silabas ficam assim jogadas no papel.

 

Sem o dia fazer sorrisos

Sem a noite pintar sonhos

As silabas se amontoam no rodapé das folhas

E ficam alvoroçadas bailando na inspiração.

Na madrugada a caneta cansada sorrindo

Na alvorada o papel respira o poema escrito.

 

Quando um cometa rasga o céu

Uma fagulha cai no papel

Esperto se deixa levar nas labaredas

Enquanto a caneta pega corrente do vento

E assim apaga o incêndio sem causa.

Sorrindo o papel arde em beijos de gratidão

 Na amante sem tinta em exaustão.

 

E o verso assim fica

 Sem começo e sem fim

No fim da folha

 Só silabas queimadas.

 

Marli Franco

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Primeira Audição


Primeira Audição


 

Eu irei nas ondas da tua voz, em compassos de fartura

Instantes que escapam do relógio nas baladas de ventura.

Caminhos elevam a emoção na arte do solfejo em súplica

Na fala que escapa quando tuas cordas choram em música.

 

Eu contarei sobre os beijos da madrugada e do céu

Onde a paixão explode estrelas em urgências ao léu

Nos acordes das mãos a tremular qual brisa ansiosa

Carregando composição primeira em cantoria amorosa.

 

Como traduzir os suspiros tão silenciosos em pedidos

Quando o luar tão explorador adverte em gemidos

Contando os segundos que faltam para ainda amar.

 

Os desejos se fertilizam afinando um sonho em sintonia

Pairando sensações que me engravidam em harmonia

E me vergam em um solo de cello indescritível a tocar.

 

Marli Franco

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