Haikai n°160
*Bambu
II
O bambu assim nos mostra
Sagrada força.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®
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"A minha escrita permeia sentidos românticos,
restaura a solitude e acolhe a beleza da vida
para ser-te Poesia."
Marli Franco
Haikai n°160
*Bambu
II
O bambu assim nos mostra
Sagrada força.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®
Haikai
n°159
*Bambu
I
Entrega-se ao ar.
Marli Franco
Demandas
de Ouro
Recanto 10/11/2009
Andei
com veste helênica no oráculo de Delfos, contagia...
Como
vestal recebi a liberdade na luz da filosofia
Fui
passear na inscrição dos “Sete Sábios”, ao acaso
E
então ler as demandas de ouro no sopé do Parnaso.
No
círculo de harmonia a voz do delfo, instiga profecia
Tentei
fugir, mas ele tem feitiços nas mãos de magia
Na
minha herança celta só restou um segredo a esconder...
Com
a unção senti o calor de um sonho sem perceber...
Com
os pecados revivi os meus tesouros no beiral
Pedi
acesso aos pergaminhos do acervo na arte real
No
muro das inscrições encontrei a pureza da poesia.
O
delfo assim me encantou e coloriu-me de quimera
Vi o
presságio da inspiração com olivais de primavera
Etérea
dei-te um beijo de ambrosia quando a noite caia...
Marli Franco
Haikai
n°158
*Bambu
Dança revoada do verde
Canto dos ventos.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®
*Mirra
Escuto
o vento
Pousa
as folhas da mirra
Perfuma
o jardim.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®
Ouvi o desejo...
Do pinheiro com a longevidade
sem cansaço soube que bela ao longe
é a vida nos
aprendizados do passado.
Ouvi
o desejo...
Do bambu com a resiliência
e aprendi
que nas adversidades
o aprendizado se torna mais e mais apurado,
assim se evapora os cálices dos queixumes.
Ouvi
o desejo...
Da ameixeira com a vitalidade aprendi
que sentir a vida é respirar
o perfume que voa no ar
O cosmo perfuma nossa alma,
tirando-nos da inconsequência desequilibrada
e nos aprumando na harmonia,
assim no equilíbrio da natureza
surge a sabedoria
com ela o elixir da vitalidade.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®
II Poema
Recanto ... 07/10/2009
Mundo de uma inegável atração que assim és...
Deito-me em teu peito escorregando aos teus
pés.
Quando tua palavra me traz arrastada até tua
boca,
Explodindo um beijo de rimas de pura
devassidão
Então descubro, toda reação e a melodia da
questão...
Poema...
Que está na razão da substância indestrutível
Uma quântica nobre, sensitiva e
irreprimível...
Voz do âmago da extenuante sublimação,
Força abstrata da razão em pleno desígnio
Fluidos da impressão viva, o desmedido
fascínio...
Poema...
Uma visão onírica perfeita, incontida...
Oráculo da Iluminação, estilo de vida
Nas sílabas pagãs, penitentes e sacrossantas.
Rosário da palavra, o candeeiro no corpo
submerso,
Abençoado alaúde, a ação transmutada no
verso...
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®
Os Animais
Usina
de Letras *15/10/2001
Nos
cantos da consciência racional
Aglomera a insanidade da transição
Que proclamam as mudanças aos brados
A nova temeridade universal.
Isola os bons momentos escassos de sorrisos
Nos homens que buscam os grandes tormentos
Conduzindo aos caminhos amargos e frios
Da insensatez infeliz da humanidade.
Nas mentes apertadas dos seres perdidos
Nos momentos tão evoluídos conquistados
Gera na terra tanta racionalidade vazia.
A esfera azul do universo hoje chora
A mentalidade humana se estreita
Os animais superam os racionais.
Marli Franco
Direitos
Autorais Reservados®
Era
uma vez uma lenda... O Sultão e a Ave
Recanto
...19/07/2009
Um sultão que criava aves com dedos hábeis e com leveza de
quem sabe lidar com a nobreza dos seres delicados. Para tudo tinha ele um
trato, com sua perícia e vasta filosofia era mestre na arte ao reverenciar as
aves.
Nada ele dizia ao acaso para elas, tudo era falado com fino trato...
Havia uma dentre as aves, no reino do sultão que das tuas
mãos não saia. Era ela o tempo todo a ave escolhida, pois ele havia sonhado por
anos e a encontrado sem esperar, numa simples noite quando saiu para caçar.
As plumagens eram da cor do marfim, no entanto quando ela
voava suas penas brilhavam na luz do sol ou do luar, dando nuances furta-cor e
um brilho inigualável.
O sultão quando encontrou pensou que ela não passaria
daquele momento, sua fragilidade tinha atingido o ponto máximo, com uma
delicadeza infinita levou para o palácio e ali cuidou dela descobrindo que na
verdade era mesmo uma nobre no reino das aves, era ela um cisne aperolado.
Descobriu que ela estava assim desfalecida na floresta por
causa da perda do seu par. E este fato levou-a chorar tanto que sua força tinha
ido, no local onde suas lágrimas caíram na relva nasciam violetas de muitas
cores que a protegiam, até sua chegada.
O sultão depois de vê-la se recuperar, conseguiu pequenos
risos dela tirar, nestes instantes cada uma das suas penas com cores reluzia
mesclando tudo à volta, pois sua áurea colorida transpunha alegria a quem ali
estava.
Descobriu ele vários detalhes, ela muitas vezes silenciosa
ficava olhando o horizonte, depois voava até o lago e lá esperava olhando o céu
à chegada da constelação de Órion.
Um dia ele resolveu que a esperaria e uma poesia para ela
declamaria, um poema seu para ela com todo o coração.
E assim ele fez, esperou sua volta do lago descobriu que
vinha com lágrimas nas penas, chamou e pediu para ser acompanhado, ela sorriu e
o seguiu. Quando lá chegou ele levou para seu jardim privado pela primeira vez
mostrado para alguém. Ela se encantou abriu suas asas e em plenos círculos voou
sorrindo e reluzindo em cada folha que passava, até que no chafariz pousou
colorindo as águas de mil cores.
Ele então a chamou no banco do jardim se sentou e para ela
declamou seu amor. O seu sentimento era tão puro e os versos tão verdadeiros
que em cada palavra que de seus lábios saia, algo mudava... Então até que no
final da última estrofe, de cisne nobre em uma dama ela tinha se transformado.
O sultão sem entender a magia que tentava compreender, nem
ousava falar e a cisne se olhava e tudo voltava fazer parte da realidade.
Sorriu ela para o sultão e para os seus braços correu,
beijando-lhe a face agradecia o milagre que ele havia conseguido.
Depois do susto, a fala do sultão voltou e lhe pediu uma
explicação:
Então ela começou a revelar sua estória.
Ela vinha de um reino antigo, onde um feiticeiro tinha sua
vida transformado, ao ver seu amor pelo rei do condado.
Em cisnes foram os
dois confinados e no lago aprisionado.
Mas suas vidas tão belas e cheia de amor continuaram até o
feiticeiro descobrir e matar seu amado.
Uma noite o
feiticeiro a viu sozinha e foi então que um relâmpago agoniado da constelação
do cisne escapou e com em sua vida de feiticeiro malvado deu um final.
A amar assim ela continuou dias e dias seu amado na
constelação do céu formada pelas estrelas em cisne e ela no lago ao céu olhando
e amando...
O seu amado para ela só bem queria. Se um dia alguém surgisse
para fazê-la feliz ele através do relâmpago que conseguiu captar a magia do
feiticeiro poderia transformar sua amada em mulher novamente. Enquanto ele
continuaria seu eterno cisne a protegê-la lá do céu.
O sultão embevecido com sua estória a tomou nos braços e
embalou, dizendo que ela seria para sempre sua rainha e sua amada viveriam
felizes já que o destino e a constelação do Cisne novamente davam a
oportunidade de uma nova estória continuar.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®
Carta
de Amor -
Uma Folha
de Porcelana
Eu pensei
que teria muitos quilômetros de amor...
As
estradas foram curtas entre nós o céu decidiu, talvez o nosso amor seja
celebrado na eternidade.
As
flores florescem sempre, o vento pausa meu sentido da realidade, as horas
passam e quando voltam nascem com outros ventos em movimentos. Hoje sigo como as
águas do rio olhando os dias e as noites nascerem e renascerem nas impressões
da minha escrita.
Pensei
que nossa estória seria repleta de anos... Eu imaginei que a lua contaria
muitas estórias do nosso amor... Sonhei que chegaríamos comemorar as bodas de prata,
de ouro e até diamante, sonhei... Um rumo tão curto na nossa estória, quebrou-
se tudo como uma folha de porcelana, suspensa em um perfume de mirra. Eu mantenho
vivo nossos olhares nas nuvens do céu, a nossa estória encontra a paz na
inocência dos sentimentos vividos na terna primavera.
O meu
mundo girou entre as alamedas de azaléas do passado e do presente, a dualidade
deste relógio só permitiu o canto solitário das paragens da vida, a opção
refletida e consciente como uma promessa pintada em folhas poéticas debulhando
uma a uma formando as pétalas da minha estrada.
O
passado se converteu em muitas folhas de poemas, o presente deixou as lágrimas
nos rios seguindo o curso normal da vida, o futuro se tornou um espelho
amplamente analisado no presente antes de qualquer passo para seguir cada
caminho apresentado.
No
agora já não conto as linhas da poesia elas contam para minha alma a verdade do
Amor sem ilusões, mas pleno no canto dos rouxinóis e nos quilômetros das linhas
das folhas onde a vida se fez pulsar no papel.
No
final concluo nossos sentires ainda pulsam com a aurora despontando ou o crepúsculo
chegando mostrando que na luz somos
parte do caminho Maior... O Amor.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®