"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Era uma vez uma lenda... O Sultão e a Ave


 


Era uma vez uma lenda... O Sultão e a Ave

Recanto ...19/07/2009

 

 

Um sultão que criava aves com dedos hábeis e com leveza de quem sabe lidar com a nobreza dos seres delicados. Para tudo tinha ele um trato, com sua perícia e vasta filosofia era mestre na arte ao reverenciar as aves.

 Nada ele dizia ao acaso para elas, tudo era falado com fino trato...


Havia uma dentre as aves, no reino do sultão que das tuas mãos não saia. Era ela o tempo todo a ave escolhida, pois ele havia sonhado por anos e a encontrado sem esperar, numa simples noite quando saiu para caçar.

As plumagens eram da cor do marfim, no entanto quando ela voava suas penas brilhavam na luz do sol ou do luar, dando nuances furta-cor e um brilho inigualável.

 

O sultão quando encontrou pensou que ela não passaria daquele momento, sua fragilidade tinha atingido o ponto máximo, com uma delicadeza infinita levou para o palácio e ali cuidou dela descobrindo que na verdade era mesmo uma nobre no reino das aves, era ela um cisne aperolado.

Descobriu que ela estava assim desfalecida na floresta por causa da perda do seu par. E este fato levou-a chorar tanto que sua força tinha ido, no local onde suas lágrimas caíram na relva nasciam violetas de muitas cores que a protegiam, até sua chegada.

 

O sultão depois de vê-la se recuperar, conseguiu pequenos risos dela tirar, nestes instantes cada uma das suas penas com cores reluzia mesclando tudo à volta, pois sua áurea colorida transpunha alegria a quem ali estava.

Descobriu ele vários detalhes, ela muitas vezes silenciosa ficava olhando o horizonte, depois voava até o lago e lá esperava olhando o céu à chegada da constelação de Órion.

Um dia ele resolveu que a esperaria e uma poesia para ela declamaria, um poema seu para ela com todo o coração.

 

E assim ele fez, esperou sua volta do lago descobriu que vinha com lágrimas nas penas, chamou e pediu para ser acompanhado, ela sorriu e o seguiu. Quando lá chegou ele levou para seu jardim privado pela primeira vez mostrado para alguém. Ela se encantou abriu suas asas e em plenos círculos voou sorrindo e reluzindo em cada folha que passava, até que no chafariz pousou colorindo as águas de mil cores.

 

Ele então a chamou no banco do jardim se sentou e para ela declamou seu amor. O seu sentimento era tão puro e os versos tão verdadeiros que em cada palavra que de seus lábios saia, algo mudava... Então até que no final da última estrofe, de cisne nobre em uma dama ela tinha se transformado.

 

O sultão sem entender a magia que tentava compreender, nem ousava falar e a cisne se olhava e tudo voltava fazer parte da realidade.

Sorriu ela para o sultão e para os seus braços correu, beijando-lhe a face agradecia o milagre que ele havia conseguido.

Depois do susto, a fala do sultão voltou e lhe pediu uma explicação:

Então ela começou a revelar sua estória.

 

Ela vinha de um reino antigo, onde um feiticeiro tinha sua vida transformado, ao ver seu amor pelo rei do condado.

 Em cisnes foram os dois confinados e no lago aprisionado.

Mas suas vidas tão belas e cheia de amor continuaram até o feiticeiro descobrir e matar seu amado.

 Uma noite o feiticeiro a viu sozinha e foi então que um relâmpago agoniado da constelação do cisne escapou e com em sua vida de feiticeiro malvado deu um final.

 

A amar assim ela continuou dias e dias seu amado na constelação do céu formada pelas estrelas em cisne e ela no lago ao céu olhando e amando...

O seu amado para ela só bem queria. Se um dia alguém surgisse para fazê-la feliz ele através do relâmpago que conseguiu captar a magia do feiticeiro poderia transformar sua amada em mulher novamente. Enquanto ele continuaria seu eterno cisne a protegê-la lá do céu.

O sultão embevecido com sua estória a tomou nos braços e embalou, dizendo que ela seria para sempre sua rainha e sua amada viveriam felizes já que o destino e a constelação do Cisne novamente davam a oportunidade de uma nova estória continuar.

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®


 

Um comentário:

  1. Olá Marli,
    O conto é uma forma literária muito especial que exige um conhecimento profundo da escrita, para que o conto atinja os objectivos pretendidos. Quer isto dizer, que tu tens, entre outros, um especial talento para o conto. Imagino até que talvez já tenhas escrito conto infantil. Escreves de uma forma simples, que prende o leitor e dominas bem a técnica dos diálogos.
    Gostei muito de te ler. Mais uma vez!

    Te felicito e deixo o meu abraço!

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