"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Luzes Paralelas

 



Luzes Paralelas

29/01/2008


Ontem a luz era uma pira eterna

Tua boca consagrava o amor em meu olhar

Não havia linhas paralelas éramos um ângulo

O côncavo e o convexo, duas palmas em sintonia.

Dois olhares no mesmo percurso

Os teus pés e os meus, a tua voz de beijos.

Os meus beijos em tua boca de voz.




O mar quando se estendia em meus cabelos

Naquela primavera dos teus desejos e sonhos

Sob tuas mãos de vento agitavam-se os fios

Sob teus beijos se moviam como ondas ao sol

Os lábios da areia enciumados gritavam

Brilhavam assim cristais de lasciva paixão

Enquanto eu interna sorria teu nome

No centro do meu incontido coração.




Não posso soltar meus laços.

Perdão...

São sempre teus abraços, lançados através do vento

Trazidos das estrelas que vagam na noite

Fazendo um correio de luzes para chegar até mim.

Amo-te assim...

Hoje não é mais o ontem eu sei, é o eterno agora;

Como sei...

O mesmo eterno que invoca e envolve nosso amor

O hoje, onde tuas mãos são paralelas as minhas.

E meus pés seguem sem te acompanhar

A minha estrada é teu olhar brilhando

Na saudade do meu coração.

A tua voz vem sempre soando, murmúrios do mar

Canções dentro de mim que abraçam feliz

Minha alma quando grita teu nome

Luz do meu sentir...

Poesia que flui assim, simples de mim para ti...

 

Marli Franco

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Prelúdio do Silencio





Prelúdio do Silencio

 

Uma quietude toma conta da minha alma, sem avisar pede para abrir as janelas das emoções, para ver a madrugada fazendo a dança comovente do amor para o céu azul.

Na quietude abro também as portas da varanda e recebo o abraço do vento que me agracia da energia pura. A voz do Amor vem do cosmo, chega assim soprando leve o som nas cordas de um violoncelo nas horas silentes.

Recebo o encantamento da noite, a madrugada se estende na terra como um lençol de alvura infinita, os meus pés deslizam como asas ali e o vento vai me abraçando sem rodeios cativando meu ser nas profundezas da alma.

Fico em segundos salpicada de estrelas então a lua tinge meus cabelos em prata, recebo assim vestida   o meu único Amor que traz nas mãos a tiara de flores dos meus doces sonhos.

Na rua natural dos sonhos faço um pouso feliz sob o teu encantamento, vindo através das mãos do universo. Recebo   o teu beijo iluminado que marca o momento eternal das nossas vidas gravadas nas linhas da saudade.

Adormeço enfim serena no fundo do silencio ao sabor de- Bach: Cello Suite No. 1 in G Major, Prelude.

Os sonhos são como as flores,

perfumam os lençóis da vida.

 

Marli Franco

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Haikai * 200 * Planeta




 

Haikai  *200 *

 Planeta

 

A natureza,

  Nos silencia perante

As obras Divinas.

 

Marli Franco

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Carta às Nuvens

 




Carta às Nuvens


Quando olho as nuvens no céu deslizando caem pétalas das recordações...

Quando as flores eram pequenas precisei silenciar no jardim para cultivá-las sem prejudicá-las.

Era necessário um cuidado sutil para que nada as deixasse sem equilíbrio e fluíssem no jardim.

 Os cuidados solicitavam sensibilidades como as notas de uma flauta.

No decorrer dos anos houve tempestades que machucaram suas pétalas, houve danos que as chuvas de granizo deixaram cicatrizes nas folhas e caules. Ainda com todo os obstáculos elas floriram maravilhosamente, superaram alguns danos outros não, mas conseguiram continuar florindo no jardim ao som das notas delicadas e curativas de uma flauta doce.

Hoje  já com o jardim modificado as flores dominam bem o seu espaço, conseguem ir se ampliando no jardim, modificando, evoluindo.

No entanto volto a procurar anos mais tarde o refinamento do jardim e descubro que novamente, o melhor para o cultivo  continuar é necessário voltar a silenciar...

E assim com chuva ou sol e as nuvens navegando no céu aprendi a buscar as ferramentas e as vitaminas para na vida continuar adubando e as flores continuarem a se desenvolver no jardim. No fundo o jardim não mudou, apenas os canteiros foram alterados por algumas  novas plantas que ali germinaram pelas mãos do destino ...O vento.

O vento as trouxe e estas criaram raízes. E para o jardim continuar a florir o silencio se faz muito mais necessário atualmente.

 O absoluto silencio ,tal qual o movimento calado das nuvens,  quando a ele retorno descubro que a Poesia continua ser o meu recanto predileto  no jardim acompanhada com o doce som da flauta.

E assim olhando as nuvens em seu passeio diário no céu entrego esta carta.

Espero continuar cuidando do jardim, das flores primogênitas plantadas em meu coração com muito amor, junto com as trazidas pelo  destino, para vê-las sempre florir em paz e serenidade se assim Deus me permitir.


Marli Franco

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Haikai -199 - Ciúmes

 




Haikai 199

 Ciúmes

 

Ciumento arde o sol

Da asa azul a dançar

Da borboleta.

 

Marli Franco

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Arte Visual- Marli Franco

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Haikai 198 Existência

 





Haikai 198

Existência

 

 Na existência ouve

A intensidade pura

Vivida da alma.

 

Marli Franco

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Arte Visual- Marli Franco

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