"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Ode ao Soneto

 


Ode ao Soneto
Usina de Letras
(08\11\2006


A tentativa de criar um soneto é um momento de pura ousadia. Instigada pela conquista que sorri enamorada, no ar rarefeito em poesia.

A imersão na inspiração desta arte é como tomar uma bebida em um cálice do mais fino cristal. O paladar é do vinho por pura excelência apurado.

Os dedos precisam ser leves como a pena de um rouxinol. No canto da ave que embriaga em gorjeios matinais, das mãos despertam as canções dos momentos amorosos.

Os olhos precisam ter a luz plácida como as águas de um lago das terras altas. O brilho do momento de um crepúsculo no tom perfeito. O olhar registra apenas o céu interno no azul do intelecto, dando a sustentação apenas do momento.

Os lábios precisam estar úmidos com o néctar dos deuses para balbuciar rimas que suspiram o êxtase. Os sons idênticos caem como soluços que deslizam da língua um romance em segredo.

O coração precisa pulsar em harmonia como o silencio em um campo de trigais. O vento recolhe os perfumes da inspiração que chegam dos recônditos cantos do âmago. Os aromas das fronteiras trazem o cereal da excelência esquecidas no arquivo coletivo dos Mestres. No soneto o magma é magia nas mãos do Poeta.

A mente tem que transportar-se ao Olímpio. A alma logo no título escapa desgovernada para os campos dos quartetos e tercetos. O corpo estremece em ondas de puro prazer nas doces baladas. A mente dança assim no templo de Atenas. Nos braços e compassos de Apolo. Quando capta Zeus dando o tom perfeito de uma harpa no momento que a Lua no céu, sorri conquistando Eros com o amor de um verso.

O som da lira cai assim como estrelas da madrugada em gotas de sustenidos, de um sentimento único e purificado , a consagração se faz no último terceto. O ápice assim se consuma em luz de uma única estrela na última estrofe do soneto.

A criação de um soneto é como atingir a ala nobre de um palácio. A viagem no tempo da história, levando para torre a liberdade intrínseca do ser em colisão com as regras implacáveis, da majestosa arte. Na criação se vence a guerra das colunas poéticas sagradas da alma venerando a arte maior...
O Soneto



Marli Franco
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4 comentários:

  1. Uma Ode perfeita Marli!
    O soneto é, na minha opinião, talvez a composição poética mais difícil de construir! Tem regras precisas. Exatas! Como se fosse uma equação matemática. Como tu dizes, " a Majestosa arte"!!!
    Eu amo sonetos!!!

    Te deixo um grande abraço!

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  2. Boa noite, querida amiga poeta Marli,
    Maravilhosa prosa poética sobre essa arte que tanto nos encanta!
    Nas mãos do Poeta o soneto é puro embevecimento, é a magia da criação!
    Parabéns poe tão belo trabalho poetico!! Ameiii
    Tenha uma otima semana com saúde e paz!
    Beijos!!

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  3. Olá, querida poeta Marli!

    Que ode lindo e invulgar você escreveu ao soneto!
    Várias metáforas usadas, que são um luxo e uma preciosidade.
    Todos as suas capacidades estiveram com você nesse texto. Parabéns!

    Beijos e saúde.

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  4. Deixe que lhe diga que a imagem está fabulosa e de acordo com seus sentires. Obrigada pela beleza da mesma.

    Dias felizes e poéticos.

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