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‘Soneto
de Arvers’
considerado o mais belo soneto do século XIX
Poema
‘Soneto de Arvers’
original
em francês
“Mon
âme a son secret, ma vie a son mystère,
Un amour eternal en un moment conçu;
Le mal est sans espoir, aussi j’ai du le taire,
et celle qui l’a fait n’ena jamais rien su.
Hélas!
j’aurai passé près d’elle inaperçu
Toujours à ses cotes et toujours solitaire;
et j’aurai jusqu’au fait mon temps sur la terre
n’osant rien demander, et n’ayant rien reçu.
Pour
elle, quoique Dieu l’ait faite bonne et tendre,
Elle ira son chemin, distraite, et sans entendre
Ce murmure d’amour elevé sur ses pas;
à
l’austère devoir pieusement fidèle,
elle dira, lisant ces vers tout remplis d’elle,
“Quelle est donc cette femme?” et ne comprendra pas”
– Alexis-Félix
Arvers, “Mes heures perdues”. 1833.
Soneto
de Arvers
Tenho
na alma um segredo e um mistério na vida:
um amor que nasceu, eterno, num momento.
É sem remédio a dor; trago-a pois escondida,
e aquela que a causou nem sabe o meu tormento.
Por
ela hei de passar, sombra inapercebida,
sempre a seu lado, mas num triste isolamento,
e chegarei ao fim da existência esquecida
sem nada ousar pedir e sem um só lamento.
E
ela, que entanto Deus fez terna e complacente,
há de, por seu caminho, ir surda e indiferente
ao murmúrio de amor que sempre a seguirá.
A um
austero dever piedosamente presa,
ela dirá lendo estes versos, com certeza:
“Que mulher será esta? ” e não compreenderá.
–
Alexis-Félix Arvers, em “POETAS de França”. [organizada, compilada e
traduzida por Guilherme de Almeida]. edição bilíngue. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1936; 2ª ed., 1944; [apresentação de Marcelo Tápia]. São
Paulo: Editora Babel, 2011.
Biografia
Alexis-Félix
Arvers (Paris, 23 de julho de 1806 – Cézy, 7 de novembro de 1850) foi um
poeta e dramaturgo francês, que ficou mundialmente conhecido por um soneto, o
“Soneto de Arvers”, o qual inspirou diversas traduções, peças e livros
dedicados inteiramente ao seu desvendamento.
Minhas
horas perdidas (Mes heures perdues) – Publicado em 1833 e 1900. Desta obra
constavam “A Morte de Francisco I” (La mort de François), “Mais Medo que Mal”
(Plus de peur que de mal) e o famoso “Soneto de Arvers”
Referência
– 1 -
(O “Soneto de Arvers” foi escrito em 1831 e publicado em 1833 e traduzido milhares de vezes para os mais diversos idiomas, inclusive para o Esperanto. Inspirou livros e peças de teatro, que usaram o soneto como tema. É considerado o mais belo soneto do século XIX.)
Referencias -2-
No Brasil, Humberto Mello Nóbrega tornou-se especialista no assunto, com o livro "O Soneto de Arvers", onde expõe várias traduções para a língua portuguesa, inclusive destacando sátiras acerca do poema, como a de Bastos Tigre, passando por traduções de Guilherme de Almeida, Olegário Mariano, Osvaldo Orico, Edmundo Muniz, José Oiticica, J. G. de Araújo Jorge, Gondim da Fonseca, José Lino Grünewald, até Pedro A. Bettencourt Raposo, que fez 12 versões em seu livro "Sonetos", em Lisboa, no ano de 1916.
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Arvers
Mon cher ami Marli,
ResponderExcluirC'est un plaisir de répondre à un commentaire ici, dans l'une des langues que je parle couramment.
Malgré tous les maux désespérés, il vaut mieux garder le silence, même sans passer inaperçu.
Vivre à côté de quelqu'un et se sentir seul est peut-être la pire solitude, car c'est la solitude du mépris.
J'ai aimé la forme de ce message ici aujourd'hui.
Bisous, passez une bonne semaine et soyez prudent avec ce virus qui insiste pour rester avec nous.
Boa noite Jornalista Douglas gracias pela leitura e comentário gentil.
ExcluirParabéns pela fluência neste idioma e nos outros.
Como sou admiradora da escrita o conhecimento de outros idiomas traz a versatilidade de vocabulário e a abrangência cultural.
Adorável sua resposta em francês sou admiradora da musicalidade deste idioma, além de apaixonada pelos escultores Auguste Rodin e Camille Claudel.
Na real estória deste soneto o Poeta tem como musa a própria Poesia ainda que apaixonado pela Marie Nodier, a "musa do Arsenal". E assim o Poeta sofre elegantemente, no entanto sabemos que o Poeta ama a Poesia e fica na solidão por escolha.
Uma bela semana se cuida
Bjs de violetas