"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Aquarela Prateada da Alma

 

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Aquarela Prateada da Alma

 

Quando a noite fica preguiçosa o silencio vai se aconchegando na mansidão da alma encontro as silabas escondidas nas tintas da aquarela.


Na hora que o céu declama e as estrelas conjugam verbos, sinto a noite vestindo-me de prata na sutileza do meu íntimo. A emoção desperta-me o olhar nas telas de algodão que criam imagens da lua, deslizando canções para enfeitar a voz do noturno. 


No momento em que o tempo   abre a cortina transparente do meu ser, vou deliciosamente aquartelando-me no azul ...Recebo da lua o prateado brilhante nos cabelos. As estrelas brincam nos meus olhos verdes e vão   misturando as mesclas cinza e o azul da serenidade. A noite silente me transporta no carrossel da brisa, vai me elevando neste silencio abençoado quanto mais as horas se adentram nas vagas da noite.


Em um momento destes sentires noturnos não olho o passado, nem as lembranças, mas pouso meu sentir nas muitas inspirações que caíram na minha alma, suspiro plena em gratidão.

A companhia da poética sempre me entrelaça, abraça como o Mestre sentinela da noite e faz sutis acalantos. Estou assim plena de paz na companhia da minha alma escrita.


Nas horas que   se tornam tintas consigo ver o universo e toda sua grandiosidade. Quando meu ser flutua nas tintas, o dom maior o Amor, vem e me veste com seu manto adornando o pensamento com as delicadas flores da imaginação.


O meu ser mergulha e se rende em perfumes de lavandas no azulão da noite. Eu entendo neste momento aberto o porquê no filme as baleias viajaram nas estrelas, como a minha gratidão viaja na direção do Criador e torna-se intensa ocupando   o todo desta noite púrpura, a cor sutil do rio espiritual em mesclas da alegria no meu interior.


Quando aos poucos vou suspirando pelo relógio ingrato que desfaz das íntimas aquarelas, vou despojando-me dos fios prata dos meus cabelos. Nas baladas do vento volto nas dobras dos lençóis, fecho as janelas da alma esverdeando os meus olhares.


No novo dia que nasce acordo olhando o céu azul claro as nuvens e sol majestoso em seu verão tenho a pura sensação que vou me dourar. Olho no espelho sorridente no fundo do quarto um retrato a óleo buscando sem entender o silencio das minhas aquarelas.

Marli Franco

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2 comentários:

  1. Marli, deliciosa prosa poética!

    Os teus textos são talhados com o fogo, tal como as plantas florescem com o calor do sol. Mas há palavras como rios que desaguam na nascente! Pássaros que voam docilmente sob o perfil das silabas!
    Eu, limito-me a guardar um suspiro do escultor de tão deliciosas palavras.

    Um beijo!

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  2. Olá querida Marli,
    A gratidão nos eleva a patamares espirituais e que a poesia se faz presente como nessa prosa maravilhosa!
    Belissimo trabalho, Marli! Parabéns!

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