Aquarela Prateada da Alma
Quando a noite fica preguiçosa o silencio vai
se aconchegando na mansidão da alma encontro as silabas escondidas nas tintas
da aquarela.
Na hora que o céu declama e as estrelas conjugam verbos, sinto a noite vestindo-me de prata na sutileza do meu íntimo. A emoção desperta-me o olhar nas telas de algodão que criam imagens da lua, deslizando canções para enfeitar a voz do noturno.
No momento em que o tempo abre a cortina transparente do meu ser, vou
deliciosamente aquartelando-me no azul ...Recebo da lua o prateado brilhante
nos cabelos. As estrelas brincam nos meus olhos verdes e vão misturando as mesclas cinza e o azul da
serenidade. A noite silente me transporta no carrossel da brisa, vai me
elevando neste silencio abençoado quanto mais as horas se adentram nas vagas da
noite.
Em um momento destes sentires noturnos não
olho o passado, nem as lembranças, mas pouso meu sentir nas muitas inspirações
que caíram na minha alma, suspiro plena em gratidão.
A companhia da poética sempre me entrelaça, abraça como o Mestre sentinela da noite e faz sutis acalantos. Estou assim plena de paz na companhia da minha alma escrita.
Nas horas que se tornam tintas consigo ver o universo e
toda sua grandiosidade. Quando meu ser flutua nas tintas, o dom maior o Amor,
vem e me veste com seu manto adornando o pensamento com as delicadas flores da
imaginação.
O meu ser mergulha e se rende em perfumes de
lavandas no azulão da noite. Eu entendo neste momento aberto o porquê no filme as
baleias viajaram nas estrelas, como a minha gratidão viaja na direção do
Criador e torna-se intensa ocupando o
todo desta noite púrpura, a cor sutil do rio espiritual em mesclas da alegria
no meu interior.
Quando aos poucos vou suspirando pelo relógio
ingrato que desfaz das íntimas aquarelas, vou despojando-me dos fios prata dos
meus cabelos. Nas baladas do vento volto nas dobras dos lençóis, fecho as
janelas da alma esverdeando os meus olhares.
No novo dia que nasce acordo olhando o céu
azul claro as nuvens e sol majestoso em seu verão tenho a pura sensação que vou
me dourar. Olho no espelho sorridente no fundo do quarto um retrato a óleo
buscando sem entender o silencio das minhas aquarelas.
Marli
Franco
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Marli, deliciosa prosa poética!
ResponderExcluirOs teus textos são talhados com o fogo, tal como as plantas florescem com o calor do sol. Mas há palavras como rios que desaguam na nascente! Pássaros que voam docilmente sob o perfil das silabas!
Eu, limito-me a guardar um suspiro do escultor de tão deliciosas palavras.
Um beijo!
Olá querida Marli,
ResponderExcluirA gratidão nos eleva a patamares espirituais e que a poesia se faz presente como nessa prosa maravilhosa!
Belissimo trabalho, Marli! Parabéns!