Margem
Ando
em um chão que não mais conheço as linhas, parece que os desenhos foram
modificados .
As
alamedas estão floridas, mas as flores possuem cores diversificadas, meu olhar
já não entende os tons tão mesclas
que escorrem e se aquarela .
As
frondosas árvores estão belas, mas seus galhos tão diferentes perderam a
clareza de como se balançam ao vento, perdi a sua linguagem.
No
entanto as estradas que vejo contornando a montanha são claras e o rio que vejo
ao longe seus murmúrios tão bem os entendo. E quando o vento passa em suas
águas sei soletrar verso após verso.
Ando
ficando cada vez mais nas margens, caminhando cada vez mais nas margens, delas olho
o céu acompanhando as nuvens.
Nas
margens sei conjugar os verbos todos, lá o tempo é previsível e o azul esta no
alto, o verde simplesmente aqui em baixo.
Nas
margens eu estou complacente comigo mesma. Com a natureza da minha alma e com a
calma que me alastra na mesma correnteza do rio. No rio lá depois da montanha.
A
noite já caiu muito, preciso guardar a poesia, quem sabe outro dia voltar ir em
frente, além da montanha e lá do rio, quem sabe...
Marli Franco
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