"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Haikai no Folclore -- Boitatá



Haikai

No Folclore Boitatá

 

Fogo que corre

É o Boitatá nos matagais

Protege os animais .

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®



Haikai no Folclore



Haikai

No Folclore

 

Vira e revira

As folhas da memória

Folclore é estória.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®



Jardim do Aedo

Jardim do Aedo


Nas luzes da ilusão te encontrei
Na hora do sonho em meu coração
Tuas mãos chegarão como talismãs
Na noite tecelã dos afagos aveludados.


Um tapete na parede traz o mar
Agitando o verbo amar, brancas sombras...
A tua voz é o brado de um guerreiro,
Um mergulho no desfiladeiro teu beijo...


Captura-me nos jardins do aedo
O nosso enredo vai voando nas linhas,
O vento arrastando bem perto das estrelas
Que ao lê-las se ilumina o meu coração.


Afinal, o meu amor ao te encontrar
Foi como redirecionar a existência
No papel da vida um novo rumo.
Um amor tão intenso, um doce ideal.


Quando cheguei ao palácio de griséu...
Deixei os véus da sensatez nas profundezas.
Fui resgatada em desafio nos teus braços,
Ondulei como sereia quebrando o meu silêncio...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®













J.G.de Araujo Jorge - Admirável da Literatura











A escolha do Poeta



Escolher um poeta é como receber uma chave do aprendizado além das lições normais. São aulas de sentimentos, emoções que estão escondidas em nossos corações esperando a amplitude dos nossos universos. Um Poeta é como uma estrela brilhando em nossa volta, para iluminar a visão interna como um farol nos horizontes da criação. E para fazer esta escolha a identificação é a chave que abre o acervo de tantos talentos que honram a literatura universal .


A minha chave abriu o acervo de um Poeta da minha terra, o


Príncipe dos Poetas , José Guilherme de Araujo Jorge

 
Exortação


Sonha, poeta!... O sonho é o entorpecente,
o mais sublime tóxico do mundo,
a morfina ideal do teu viver...
-sonha um sonho infinito, azul, profundo,
indefinidamente,
e esquece a vida que tu tens presente
pela vida maior que há no teu Ser!


Esquece tudo, o próprio mundo esquece,
e esquece a tua vida, porque a tua vida
vale mais se a souberes fazer grande
e cada vez maior
na tua exortação...
Se o teu destino é estranho e é diferente,
se não nasceste igual a toda gente,
- ensina o canto livre e a vida nova
aos Prometeus da Razão!


Faze tu mesmo, o teu próprio Universo,
- tua terra
- teu céu
- tua vida
- teu verso...
E o Universo dos homens que te importa então?
Sê louco!... Que a loucura é essa subida
de pequenez restrita da verdade
à grandeza infinita da Ilusão!


O teu sonho não traz o pedestal na terra,
teu espírito é assim como um condor boiando
nos espaços azuis...
Sobe... devassa os céus, de lado a lado,
vê se existe algum poeta, além, por outros mundos,
esse poeta que à noite escreve com as estrelas,
não tendo ao solo acorrentado os pés!


Sonha, poeta!... Eu quero ver-te aflito
sacudir os teus braços na amplidão
a ferir com teus dedos o Infinito...


E ao baixar tuas mãos,
de novo ao vê-las,
hás de exclamar, tenho-as de ouro e lilás!;
e olhando para o céu
verás o céu sangrando
de estrelas,
e as tuas mãos, a transbordar estrelas
assombrado verás!

Não trouxeste o destino de arrastar
a tua ânsia na terra
onde os homens pregados vão de rastros...


Solta a tua alma azul no espaço azul,
os teu sonhos semelham-se a bandeiras
fremindo ao vento no cordel dos mastros!
- vai brincar com os cometas sem destino
e conversar com os astros!


Sonha! Que este sonhar só bem te faz!
Sê sempre o mesmo:
Um louco!
Um incomum!
Não te sujeites a domínio algum,
e que o teu sonho não acabe mais!


( Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro
"Bazar de Ritmos" 1a edição1935 )

 
Um poema tem a proeza de tocar tão intensamente ,que consegue atingir nosso espaço mais íntimo o que nosso próprio olhar esconde.

A intensidade da identificação com um poema esta além dos nossos conhecimentos concretos, está armazenado na nossa essência abstrata, em nosso âmago.

Assim é a força da identificação com este Poeta, os seus versos carregaram-me de volta ao caminho da poesia. Um poeta romântico, talvez por isso me toca tanto. Mas tem o lado democrático, social,filosófico e talvez pela liberdade intensa que encontro em seus versos. Fiz a minha escolha antes mesmo de imaginar, que seria um dia o Poeta especial.


"Estou cada vez mais convencido de que a liberdade tem sido uma
palavra há milênios desfraldada sobre a miséria da maioria, e há três
séculos manejada pela burguesia em seu proveito. Por isso acho que ser
livre é não ter fome, não ter medo da vida, não viver ao desamparo, ter
direito à terra, à educação, à saúde, ao trabalho, a viver com o mínimo
necessário para que não seja apenas um animal explorado pelo dinheiro."
"E o resto é silêncio..."
J.G.de Araujo Jorge

A minha identificação com este poeta está em mais um ponto fundamental, nesta frase:

 
“O poema é que vem, e diz: estou aqui, escreve-me”
J.G.de Araújo Jorge


A poesia pode nos guiar a um estilo de vida independente de sermos ou não Poeta. Os sentimentos armazenados em nosso interior podem ampliar os universos transformar-se em escrita dando origem a criação. A percepção do pensamento poético é a mais completa identificação com a escolha do Poeta.

Hoje ler poesia é sentir, a vida além dos versos.
Espero que os amantes da poesia apreciem este Grande Poeta .
A minha pesquisa foi feita em alguns sites que deixo aqui como fonte para um maior conhecimento .
Biografia

 
Nasceu em 20 de maio de 1914, na Vila de Tarauacá, Estado do Acre. Filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco de Araujo Jorge.

Passou sua infância no Acre, em Rio Branco, onde fez o curso primário no Grupo Escolar, 7 de Setembro. No Rio , realizou o curso secundário nos Colégios Anglo-Americano e Pedro II Colaborou desde menino na imprensa estudantis. Foi fundador e presidente da Academia de Letras do Internato Pedro II.Data dessa época, ainda ginasiano, sua primeira colaboração na imprensa adulta: em 1931 viu publicado o seu poema "Ri Palhaço, Ri" no "Correio da Manhã", depois transcrito no "Almanaque Bertand" de 1932. Entretanto, este como outros trabalhos desse tempo, não foram incluídos em seus livros. Colaborou também no jornal " A Nação" ; nas revistas: " Carioca", "Vamos Ler", etc. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil.

Em 1932, No Externato Colégio Pedro II, em memorável certame, foi escolhido o " Príncipe dos Poetas", sendo saudado na festa por Coelho Neto, "Príncipe dos prosadores brasileiros" recebendo das mãos da poetisa Ana Amélia, Presidente da Casa do Estudante, como prêmio e homenagem, um livro ofertado por Adalberto Oliveira, então " Príncipe da Poesia Brasileira".

Na Faculdade de Direito foi o fundador e o 1º Presidente da Academia de Letras, que teve como patrono Afrânio Peixoto, então professor de Medicina Legal.

Foi locutor e redator de programas radiofônicos, atuando nas Rádios Nacional, Cruzeiro do Sul, Tupi e Eldorado. Em 1965, era professor de História e Literatura, do Colégio Pedro II.

Orador oficial de entidades universitárias, (do CACO da União Democrática Estudantil, precursora da UNE, da Associação Universitária, etc), ainda estudante, venceu concursos de oratória. Em Coimbra recebeu no título de " estudante honorário" e fez Curso de Extensão Cultural na Universidade de Berlim.

Com irrefreável vocação política, foi candidato a vários cargos públicos. Elegeu-se Deputado Federal em 1970 pela Guanabara, reelegendo-se já para o seu terceiro mandato em 1978 .

Ocupou a vice-liderança do MDB e a presidência da Comissão de Comunicação na Câmara dos Deputados.

Politicamente participou sempre das lutas anti-fascistas, como democrata e socialista.. Lutou, ainda estudante, contra o "Estado Novo". Foi preso e perseguido várias vezes durante esse período . Deixou de ser orador de sua turma por estar detido na Vila Militar, sob as ordens do Gal. Newton Cavalcanti, durante todo "estado de guerra" de 1937.

Foi conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem social e política e por sua obra lírica, impregnada de romantismo moderno, mas às vezes, dramático.

Foi um dos poetas mais lidos, e talvez por isto mesmo, o mais combatido do Brasil.

Faleceu em 27 de Janeiro de 1987.

Os versos que te dou


Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...

 
E hei de faze-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...

 
Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escuta-los sem ninguém que
possa perturbar vossa ventura...

 
Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revive-los nas
lembranças que a vida não desfez...


E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...


Se nesse tempo eu já tiver partido e
outros versos quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...


Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou.

(Poema de JG de Araújo Jorge
do livro "Meu Céu Interior" – 1934)


Sol de Inverno


Sol de Inverno

Na janela entra o sol que tanto quero só uma fresta, suficiente vem me aquecer neste inverno tão pálido e belo.

O gelo que não se pode ver, o frio parece folhas brancas, não fala apenas nos faz deparar com a intensidade da estação.

O sol brinca na parede fazendo tiras, como linhas não escritas, tão infinitas... Linhas pedindo sonhos, pedindo palavras, suplicando estórias quentes, fogueiras de amores, chocolate que lembram ilusões passageiras.

As minhas mãos cobrem as tiras, meus dedos se aquecem... Uma forma vaga no vazio entre eles dedilha uma canção que escuto no meio do nada, fala de amor talvez como o sol. Na fresta o sol parece um abraço devolvendo os raios da minha alegria.

Descubro, sou um sorriso e brinco de aquecer, como o sol nesta fresta que me rodeia em festa.

Um junho se foi um julho que vem, o inverno segue assim festejando a estação como ninguém.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Esquinas da Caligrafia


Esquinas da Caligrafia

As palavras lembram minhas mãos em um passeio, sem alarde na vida. Se gritar as sílabas me cobre, se choro as frases me consolam, mas quando sorrio fico como um sol que me aquece por completa em essência poética.

Os versos lembram dedos voando nos lugares iluminados horas perfeitas, o cheiro de madressilvas e a força dos ventos, a magia da inspiração.

As palavras são como canções, imagens que vão e voltam nas mãos... Linhas amareladas do passado; amor brincando na primavera, folhas brancas traduzindo esquinas da caligrafia.

Enfim o aconchego da emoção sorrindo para o coração...
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®






Som da Paixão


Som da Paixão

Existe uma canção que enlouquece e invade...
A canção que lidera e liberta, lírica tempestade.
Na partitura explode corpos ao tom da emoção,
Pautas que sustentam pedidos no som da paixão.

Existe o meu momento, esconderijo da liberdade.
Dispo-me das horas, jardim além da realidade,
Deixo minh’alma na esperança para tocar na tua,
Esta canção que flama nossa perdição tão nua.

Desliza o teu olhar nas cordas, recordes
Minha boca e tua boca, tempos de acordes
Nas tuas mãos sou clave de fá a te encantar.

A hora se esvai como o prana do amanhecer...
Eu vou e venho numa canção ao anoitecer
Com inspiração, eu e você, o coração canta.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®
Tradução feita pela Poeta Marcela Velez ,
do Fórun Cultural  Amigos de la Poesia,
a quem agradeço de coração
pelo trabalho que une nossos idiomas em Poesia.



SONIDO DE LA PASIÓN


Hay una canción que se vuelve loco y se rompe ...
La canción que lleva y la tormenta libre, lírica.
Cuerpos en una veintena de explosiones de tono de emoción,
Lineamientos que apoyen las aplicaciones en el sonido de la pasión.


No es mi momento, ocultando la libertad.
Aprovecho de la hora, jardín allá de la realidad,
Dejo mi alma que juega en la tuya con esperanza,
Esta canción que nuestro destino como una llama.


Deslice su mirada a las cadenas, los registros
Mi boca y tu boca, horarios acordes
En tus manos soy el encanto de clave de fa ti.


El tiempo se ha ido como el prana de la aurora ...
Voy y vengo de una canción en el crepúsculo
Con la inspiración, a ti ya mí, mi corazón canta.

Teu Sabor


Teu sabor

Colori o meu corpo poético e o meu beijo
Nas linhas um risco o enlevo que assim vejo
O teu e o meu desejo entrelaçado, contagia
Sensação de um amor rosecler que inebria.


No carmim do teu sonhar estou a te encantar
Com os lábios de cereja e voz doce a te atiçar
Em teus braços vou enrolar os fios da procela
No teu corpo sou tela, sou noite em aquarela.


Ao versejar senti a luz da estesia, tua porfia
Com os beijos teus um a um colori minha grafia
Rendi meus quereres na tua boca em clamor.


Se ficar louca nem te conto este doce conto
Escondo o meu e o teu céu no contraponto
Enquanto colorida ainda estou com o teu sabor.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®




Aves - Mineirinho voando em Haikai








Haikai

Aves – Mineirinho

 

Mineirinho canta

Ilumina ave divina

No alto da planta.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®