"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Café versos Sorvete



Café versos Sorvete

 

O ponto exato do sabor inigualável

Do quente e do frio dos pontos distantes

Sem desmedidos ajustes dos arremates

Entre as oscilações voláteis da temperatura.

 

A toalha alva sustenta o pires e a xícara

Que aparece para receber com aroma notório

O café exalando seu elixir dos diletos momentos

Lançando seu triunfo na mesa lotada dos apetrechos.

 

Invade um pensamento ousado

E surge sua majestade irreverente

O escandaloso sorvete se mostrando na taça

Lembrando sua realeza na contenda dos momentos.

 

No som dos sorrisos das conversas amigáveis

Com o pano de fundo do suave piano de cauda

O sorvete de creme invade o café nos toques da colher

A mistura é excêntrica o paladar reage na sublime fusão.

 

O café derrete o sorvete na xícara aquecida

Que deixa sua marca na espuma esquecida do vapor

Nos momentos especiais que a união consagra

Na estalagem o clima que flui é da mais tenra poesia.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®












O Amor e os Poetas







 

Brincar de Bola


O Jogo

A praça verde e escandalosa em sua exuberante mistura de tons desperta logo de manhã, com os passarinhos e a música de uma bola rolando.
Um grupo de meninos liberando o som alegre da batida do gol em uma rede que balança.
Os pés correm, a praça se encanta no meio das ruas abafando o barulho dos carros. É a infância que corre solta agitando a bandeira do futuro que se renova.
Um grito agoniado para o movimento do local. Surge a camisa toda suja de terra ,que caminha com seu dono em direção do socorro. Levando uma lágrima dependurada no rostinho que soluça.
Mas o jogo não para e assim a lágrima fica só com as marcas das mãos enxugadas. A camisa é apenas sacudida ,enquanto os pézinhos correm rápido para tomar novamente o lugar de direito no meio do campo. Afinal ele é o capitão do time.
O jogo caminha aos gritos da torcida que espera ansiosa a troca dos times. A bola rola e se assusta em cada grito que busca o gol.
O relógio vai marcando o tempo, fim do primeiro jogo. A praça só assiste sorrindo.
O time que perdeu sai entristecido e o que ganhou se afasta vibrando em um abraço apertado entre os amigos.
O campo adormece por instantes ,breves instantes...Outros pézinhos já logo surgem correndo em sua direção, com um grito escancarado é anunciando o próximo jogo.
E lá se vai o segundo time voando, levando a bola com garra , o jogo é da praça mas a vontade de ganhar é do coração que bate forte em um jovem campeão.
O relógio vai girando o tempo sem ser notado engole a manhã ensolarada.
Quando uma chamada , invade a praça, um coral de lamentações fica como pano de fundo. Os pés agora já não correm, se afastam lentamente numa tentativa de retardar a saída. A direção agora é apenas a da fila.
De bola de baixo do braço, um murmúrio de quem ganhou ou quem perdeu a fila vai se afastando.
O gramado vai silenciando paulatinamente, o som agora é só das aves. ..
O campo matreiro sorri ,com certeza abraçou amortecendo em sua terra bendita muitos tombos nesta manhã.
A praça agora descansa, amanhã nascerá outro dia de jogo, a bola vai rolar e com certeza poderá beber o néctar da infância.
E assim o país acordou em tempo de copa e com a vitória...
Em dia de festa com as praças e ruas rolando a bola nos pés dos garotos e as discussões de futebol balançando o coração dos adultos.
O verde e amarelo sorri no meio da metrópole do povo que tem esperança neste país que ainda é uma criança.

Marli Franco
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