"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Conto * O Olhar e a Sala-Capítulo VIII....Caminhos Incertos




O Olhar e a Sala

Capítulo VIII - Caminhos Incertos

 

O tempo na sala ficou ausente, tinha parado e tudo parece que estava estagnado sem a presença dos dois personagens principais que fazia a sala pulsar.

A vida andava diferente com a presença de ambos, a sala sentia o palpitar em cada olhar e girava removendo ilusões e sonhos que faziam até a arca tão silenciosa participar com o abre e fecha das suas gavetas na marcação de mais uma estória.

O invasor havia resolvido voltar das suas viagens, era um andarilho nato e a íris poderia fazer sua vida mudar, ele ainda não queria sentir todo aquele sentimento que tinha vindo pegar seu coração de surpresa.

A íris por sua vez queria voltar ao seu tempo, sem nada para perturbar sua vida tão sem movimentos bruscos, queria de volta sua estabilidade onde seus sentimentos caminhavam sob a luz do passado, o presente era fictício e o futuro apenas reprise do presente.

O invasor com seu porte e dominante a perturbava em demasia, subjugava sua vontade e isso seria muito para retirar do seu mundo e estilhaçar seu coração. O pavor de tanta mudança estava rondando e tudo isso era assustador.

Se por um lado o invasor era parte fundamental na sala, por outro o seu recanto sem ele ficava estranho.

A cortina já não brincava com o sol parecia querer e ser telespectador de uma cena que ainda não acabara. A mesa anfitriã estava estática esperando a chegada de ambos, pois até o vaso fazia apostas que ambos teriam que resolver o impasse. O tapete e a arca apenas observavam todas as apostas, na verdade a arca tinha um palpite, mas não queria fazer nenhum aparte, pois estórias de paixões assim eram sempre guardadas em suas gavetas.

O dia se findava, mais um dia se passou e a sala não teve visitantes, estranho que se ouvia passos chegando até a porta... Parava ... E retrocedia... Se distanciando ao longe...

A arca tinha observado tudo, tinha certeza de que tanto a íris como o invasor, ambos tentaram voltar para sala, mas algo os detinha...

Incrível como um beijo pode atingir os amantes, deixando-os na mais louca indecisão de mudar caminhos e alterar o cotidiano.

A íris com sua poesia e o invasor com suas prosas ambas envolvidas na mesma linha e ambos tentando fugir das linhas já traçadas pelo destino.

Existe um tempo que uma prosa pode se transformar em poesia, mas e uma poesia poderia também se vestir em prosa?

Tudo a arca questionava e muitos detalhes da sala ela observava, com certeza saberia o desfecho de toda trama, mas estava silenciosa ainda não era o momento de revelar aos seus ocupantes qual seria o final...

Mais um final se preparava com certeza, fosse prosar ou poesia, um final era inevitável para resguardar mais uma vez as letras, nas gavetas dos seus mistérios mais um romance ali passado...


Clareia o sol carregando meus passos

Lembra teus abraços me buscando

Que se lança em seus lábios sorrindo

Na magia da vida que se pronuncia

O cristal da tua vontade que aguça

No cálice de um desejo impossível

Pedinte de licores de pétalas suaves

A sorver na fragrância de uma fantasia

O elixir do Éden na poesia.

 

Marli Franco

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