"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Poema musicalizado "Eu Escrevo"





   





Eu escrevo...

 

Eu escrevo com a voz sutil dos meus sentires

Os meus seios poéticos são alaúdes de convires

Que silenciam a posse do teu grito faminto

No reverso do tempo queima o vigor corinto.

 

Eu escrevo com o vento nos cabelos andantes

Olhar vigia as mudanças silábicas dos mirantes

Quando o teu sabor menta vem tocar em mudez

O teu beijo cai no meu ventre de ideias em xadrez.

 

Não esqueço a saudade andarilha ouro candeia

Nos teus olhos negros sou esmeralda na areia

No deserto recrio um oásis em amor peregrino.

 

Escrevo as lembranças no alfabeto místico das runas

A suave inspiração no tempo voa tão alto nas dunas

Como as flores do deserto balançam ao sabor do destino.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

 


Música e Voz - Silvia Occorso - Poeta e compositora
Letra / Poema: Eu Escrevo -  Marli Franco




Agradeço Silvia Occorso esta honra que com sua voz fantástica veio iluminar a luz da minha humilde Poesia.
Gracias Silvia guardo aqui este presente como uma jóia preciosa.




 


Escurece , sem lua...

Escurece , sem lua...


Eram flores cobrindo o final da tarde de olhares
A calçada se desfazia colares no rolo de cimento
Um tapete cinza tão rasgado com flores e folhas
Nos rasgos o tom ocre escolhas combinado com o dia
Que se perdia no acinzentado das 4 horas das nuvens.
No caminho de sempre os passos sabem andar
Vagar leves, alegres sem preocupações rotineiras
A cada agora nascem novas as flores nas cantoneiras
Um dia ou outro, de uma nostalgia ao vértice da outra.

Ouvi a voz do céu, os acordes aguados da tempestade...
Pensei que era um Poeta rabiscando seus pecados,
Quem sabe talvez um Pintor imaginando o matiz
Do sol que não queria ficar apagado no alto do verão.

A tempestade parece e escurece tudo, sem lua...
Quando ando, ando pela rua,
A rua que tanto ando...
Escutando o som no meu íntimo em azul do infinito.
Inspiro a indagação envergando verdes cataclismos,
Sintonizo ao escutar o piano de Yruma, estou em casa...
Sem querer solto a tensão até meus dedos corarem,
No suspiro do dia, um final de tarde com o nome de silencio.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Eu Escrevo...





Eu escrevo...

 

Eu escrevo com a voz sutil dos meus sentires

Os meus seios poéticos são alaúdes de convires

Que silenciam a posse do teu grito faminto

No reverso do tempo queima o vigor corinto.

 

Eu escrevo com o vento nos cabelos andantes

Olhar vigia as mudanças silábicas dos mirantes

Quando o teu sabor menta vem tocar em mudez

O teu beijo cai no meu ventre de ideias em xadrez.

 

Não esqueço a saudade andarilha ouro candeia

Nos teus olhos negros sou esmeralda na areia

No deserto recrio um oásis em amor peregrino.

 

Escrevo as lembranças no alfabeto místico das runas

A suave inspiração no tempo voa tão alto nas dunas

Como as flores do deserto balançam ao sabor do destino.

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados® 











Talismã Circunscrito


O Gato e o Guarda-Chuva

Delírio!!!!!!

No ponto de ônibus mais uma vez abarrotado, a paulicéia desvairada em dias de chuva , lembra salão de carnaval a balbúrdia é geral.

Eu já acostumada com este mar de água e de gente tentando se apertar no abrigo do ponto de ônibus, fugindo da chuva ,fui violentamente empurrada.

Assustada tentei saber a razão deste empurrão que me jogou fora do abrigo, e nada mais nada menos era um tal de Sr. Gato.

Sim caros amigos, um gato meio estranho que no início tentei me afastar. Mas ele veio para cima de mim ,com uma torrente de palavras me acuado. Sem deixar nem sequer eu abrir a boca, que dirá afastá-lo de meus finos braços que já estavam empresados naquela parede gelada, pelo peso do Sr. Gato, que diga de passagem parecia simplesmente uma bola de basquete, a gordura era sólida.

Ah! Nesta empresada ele deixou cair seus óculos pretos com aros enormes que me engoliam sem piedade.

As outras pessoas olhando, assistindo aquele filme em câmara lenta no meio de uma ilha, de uma avenida de trânsito louco.

Tentei me afastar , mas qual acuada daquele jeito simples fato de mexer meus braços foi motivo suficiente para o gato declamar em brados versos de Lord Byron. Eu acabei me perdendo no meio da declamação ,esqueci de quão acuada estava e como em dias de chuva Sampa é loucura geral.

Um guarda-chuva mal colocado bateu na cabeça do pobre gato.O coitado caiu no chão levando-me junto.Suas mãos enormes pareciam garras, marcavam os meus braços sem soltar.

As mulheres se juntaram ao redor com seus guarda-chuvas tentando me ajudar. O pobre gato gritava no meio dos versos a palavra assaltantes da lua...Assaltantes da lua que seria?

Os meus braços pareciam palitos em suas mãos, eram quase arrancados de tanto que me apertavam e sacudiam misturando os poemas de Byron e outros ainda desconhecidos por mim.

Eu ali perdida fã de poesia, só tentava saber o final do poema. As mulheres com seus guarda-chuvas berravam que o coitadinho tinha ficado neste estado por causa de tento estudo.

Uma das mulheres resolveu no meio daquela balbúrdia , abrir a mala do gato para encontrar seu endereço.Mas no meio do temporal começou voar livros para todos os lados. Neste momento eu fiquei louca tentando salvar da chuva

os livros tão bem encadernados que lembravam belos diários de um solitário.

Mas junto com os livros pulavam tantos panfletos de viagens e de disk.. Sim disk pizza , disk comida chinesa, disk comida grega, disk café turco, disk..disk..comida comida .comida...

Olhei aquilo voando guia abaixo na enxurrada e deixei ,mesmo porque o gato precisava mesmo de um regime.Preocupei-me em salvar os livros, apesar do meliante ainda me manter aprisionada nas suas garras deitado ali no chão.Eu parecia mais estar em uma gangorra em cima daquela barriga enorme. Que no momento da queda foi onde ele me arrastou.

As mulheres que se aproximavam cada vez mais sufocando com seus enormes guardas-chuvas.E o coitadinho do gato gritava palavras desconexas armas...armas....praia e mais Lord Byron.

No alvoroço uma destas mulheres gritavam que seu QI tinha sido o causador desta situação.
Com a testa ainda transpirando,sua calvície gotejando, senti que devia tomar uma providência antes que o gato se perdesse de vez neste inconsciente livre e afoito.

Com calma pedi para as mulheres agarrarem suas mãos, e assim consegui me soltar das amarras.Tirei um lenço que prendia meus cabelos castanhos e com a suavidade do tecido enxuguei sua testa.Coloquei sua cabeça em meu colo e assim sua agitação passou.

Aos poucos ele parecia estar voltando de um sonho, olhou-me incrédulo e disse que devia ter desmaiado de fome , o calor que sentia era tanto que parecia estar em uma praia.

Olhando o gato agora parecia até charmoso, devia ter uns 54 anos ou 57 não sei... Mais alto que eu, com aquele olhar de quem sabe tudo intimidou-me. Levantei batendo água da saia, devolvi os livros que bem gostaria de levar embora e deixar o gato sem o Lord Byron.
Entreguei a sua pasta e peguei meu ônibus deixando ele aos cuidados das mulheres que ele tanto tinha chamado de assaltantes.

O ônibus foi distanciando –se do ponto e eu com meus pensamentos...

Que seria este delírio do gato?

Talvez tenha sido atingido por aqueles versos que tanto declamava.

Mas gato é assim mesmo mia..mia..mia..