"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Diluindo em saudade...


Diluindo em saudade...


As tuas mãos azuis e o fundo da tua canção tão branco quanto o dia lá no alpendre da minha imaginação.
Se as horas tocam no relógio os meus passos correm em tua direção sem perder a direção do nosso amor.Não preciso de mapa para te encontrar pois o céu possui estrelas e lá basta eu olhar para ver teus olhos a me guiar.
O dia e a noite possuem minutos e segundos eu tenho o meu amor na cadencia de cada tempo . Vejo o compasso da nossa melodia , soa como um acorde deslizando na avenida que nos liga ainda que eu esteja do outro lado da guia te vejo , teus lábios a me sorrir e teus olhos teus olhos sempre a me guiar neste mundo do real e no lado do surreal.
Vejo as minhas mãos tão azuis como as tuas , no teu rosto a minha e a tua dentro do meu coração fazendo marcas da noite na minha emoção.
É a saudade calando-me na noite adentro, como um urso vai me envolvendo em um abraço de Orfeu, depois quando ela noite da têmpera vai diluindo-se na madrugada tal qual acrílica se movimenta na água eu vou me diluindo em lágrimas de saudade quando chega o sol cantando a canção da aurora.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

O céu é de algodão doce.



O céu é de algodão doce.
No meu coração de ingenuidade...
                             Mas os meus pés são de cimento fixos na terra.
Lembram bem as colunas da história,
Lembram que o ser humano faz travessias,
Usa escudos mas é atingido pelas flechas.
No entanto o céu ainda é de algodão doce.
No meu coração de ingenuidade...

As minhas mãos possuem luvas de precaução,
E na minha cabeça existe o véu da intuição,
Lembram a história das deusas suas decepções,
As mensagens das sábias e suas resignações.
No entanto o céu ainda é de algodão doce .
No meu coração de ingenuidade...

O meu corpo possui uma malha de âmbar ,
Na minha cintura existe a tatuagem da gema,
O nome do amado singrando o meu ventre,
A história dos amanhãs quebrados no cálice do destino.
No entanto o céu ainda é azul .
E as nuvens lembram algodão doce...

No meu coração o sorriso renasce ,
Ao ver o sorriso ingênuo de uma lembrança.
Mas o céu, o céu continua azul .
E as nuvens ?
Ah! As nuvens sempre serão,
O que eu desejar imaginar...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®



Noturno



Noturno

O meu andar faz silêncio em contas de promessa.
Esquece sem esquecer o sentimento que atravessa,
A pauta faz canções dedilhando as fases da emoção.
E minhas mãos se alongam, o desejo não é solidão.


A voz inspira tal qual um mantra e se propaga...
O interior anota passeios no labirinto da saga.
O decorado suave dos canteiros traz angelitude,
A canção faz sentir a luz cristalina, a celsitude.


O imprevisto da noite chega a música movimenta.
Eu sinto o perfume do silencio em cor magenta,
O meu eu capta a mansidão e plaina ave de mim...


O noturno me beija , o beijo é desejo de solitude.
A paz me envolve as teclas voam em quietude.
Som chega me abandono, nas notas vivas em mim...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®






Se você pudesse, me ver no agora...


Se você pudesse, me ver no agora...

Se você pudesse, me ver no agora ...
Eu estaria com roupagem de ventania,
Invisível voaria em talude continental
Aprendendo o deslocar atemporal.


Se você pudesse, me ver no agora ...
Eu estaria de rubi revestida, viva essência
Com fios e mais fios em veemência
Revelando a paixão do meu alcácer no anoitecer .


Se você pudesse, me ver no agora ...
Eu estaria vestida de chuva,suave e límpida
Meu corpo em tom imaculado e adaptável
Ao teu recipiente de Amor tão inigualável.


Se você pudesse, me ver no agora ...
Eu estaria com as luvas da terra, argila primitiva
Seria escultura em terracota exclusiva
Lembraria a montanha, posição da vida...


Se você pudesse, me ver no agora ...
O meu corpo transmutaria no etéreo
Para atingir a harmonia no campo sidéreo
E ver o dom do Amor eterno na luz da sabedoria.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®





Crepúsculo da Emoção



Crepúsculo da Emoção


O meu equilíbrio flui na pose do corpo...
Entre o vão das minhas mãos o ângulo,
Em tons de paixão capturo o teu olhar.
O meu interior te resgata bem além mar...


Desfaço a pose, ao ver teu olhar vagando
Como andarilho noturno me procurando.
Então me estendo nas vastas folhagens,
Na pose explícita sou rica em mensagens ...


O meu ser flui em cada movimento refeito,
Modifico o repouso claro no silêncio eleito.
Na audácia vejo teu rosto na luz da imensidão ...


E no fim, tudo surge nas nossas formas alongadas,
Eu e você entrelaçados em ilusões confabuladas;
Perfume de amor ,em um crepúsculo da emoção...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®


A Estese



A Estese


Quando o céu fica mais azul , as nuvens em cirandas encantam..
O mar silencia movimentos, boiando sonhos em maresias circulam.
Um jardim azulado na boca do pensamento traz o Mecenas no ádito.
Deposita em meus lábios a gota de orvalho que escorre no ato erudito...


Quando o perfume secular da vida é armazenado na casta ânfora,
Um sonho de fantasia traz um unicórnio para inspirar a estese da Aurora.
Um perfume de madressilvas se solta no ar a coordenar clarões do solar,
A menção do Amor faz fractais se unirem em um brilho cintilante do olhar.


Então é a hora de sair do círculo das densas brumas com pausas mansas.
Receber o calor do sol e deixar o espírito da fênix ressurgir das andanças.
Em intensa luz do alvorecer ,se entregar livre ao cosmo mais uma vez...


E assim na ventura maior ver a orquestra do dia nascer no mirante.
Deixar o céu com todo seu azul banhar-me de Amor em onda sonante.
Esperar você chegar e na saudade intensa te receber, uma vez mais...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®












Fabela...O Lago e a Lagarta --


Pequeno Conto em Poesia...O Lago e a Lagarta --


O lago e sua amada quem dera pudesse ela viver
Nos bons tempos ele apenas olhava seus lábios
Tocarem sem acato as suas águas a sorver
Bebericar seus suspiros aguçar seus gemidos.


Hoje o lago olha apenas em suas águas o céu
A amada nem mais pode ver, mas ainda é fiel.
A natureza podia uma mágica providenciar
Uma lagarta nascer outra vez para encantar


O lago bem sabe foi ferino ao se indispor
A pobre lagarta morreu seca sem água sem cor
Como poderia imaginar ser ela tão sensível
Viver sem se proteger. Que fez ele de tão horrível?


Laçou um gemido de suas águas assustando a pobre
Que amedrontada morreu de sede sem borboleta chegar a ser.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Fabela - O Camelo e a Borboleta





O Camelo e a Borboleta



Era uma vez um camelo que chorava 
Na beirada do oásis, carente se alongava. 
Praguejava por uma borboleta ausente 
Babava e a corcova ao sol estava pungente. 

No oásis o lago a tudo calmo escutava 
Silencioso sempre aguçado observava 
Tantos anos já a mesma estória contada 
Do camelo machista e a borboleta decidida. 

Opinar jamais, a peleja entre os dois divergentes. 
A borboleta apenas voava sem deixar de ser 
O camelo, no entanto pragueja para todos ver. 


Se voar era tão belo, mas cá entre nós pensantes... 
A delicada, no deserto pouco poderia sobreviver. 
No entanto o camelo babava, mas no deserto podia viver... 


Marli Franco 
Direitos Autorais Reservados®

Apuros de Penélope*M* I




Apuros de Penélope*M* I


Lá vou eu...

Coloco-me embaixo do guarda-chuva

A minha insensatez cabe bem entre as varetas

Um bem bolado se faz preciso

O meu momento é um desatino...

 

Olho no final da avenida e lá vem

O vento trazendo a chuva forte enquanto

O mesmo gato da crônica passada se aproxima

Interessante, muito interessante.

 

Ele gosta do verão e de andar,

Andar com seu passo pesado.

Onde está este infernal ônibus,

Apareça antes que o gato chegue.

Por milhões de formigas,

Queimando no mármore dos infernos,

Onde está o meu ônibus...

 

O gato vem chegando

E novamente na lembrança

A crônica me acusando...

A minha insensatez

Rasgando a barra da minha saia

Com a vareta do guarda-chuva.

 

O gato deve estar como um Lorde.

Sim, é verão o Lorde está na sua imaginação.

Eu nem quero ver...

O ônibus chegou, ufaaa...

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®





Arco da Ventura


Arco  da Ventura


Será loucura... Quando os desejos se proclamarem sem segredos.
A tua voz ficará muda, em frestas teu olhar percebendo enredos
Em quanto eu, em ti deixo uma amostra do aroma do coração.
O único vestígio do amor, escorregando na palma da mão.



Será loucura... Os meus seios em teu peito em avalanche.
Um suspiro surgirá como uma tormenta em revanche...
Pediras mais, os meus abraços debulhando em carinhos.
Sem negar nada ,serei uma ventania em teu único caminho.



Nada permitirá, vendo nossas pernas entrelaçadas em um clarão...
Nas tuas noites desnudadas te levando ao meu ventre à germinar,
Enquanto tua boca será beijo do meus beijos êxtase e exaltação...



Em minutos e segundos ouvirá minha voz, com teu nome em gemidos.
Te tocando em um cello de belo suplício pelo infinito para aventurar.
Deixando registro incandescente, no arco da ventura em teu corpo detido...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Paraglider



Paraglider

Vou beijar o céu para te ler em Maior tom,
Tocar os lábios no azul em azul ter o dom...
Deixar meu corpo moldar poses nas nuvens
E te mostrar no surreal a íris do meu olhar.



Vou voar feliz em um paraglider alaranjado.
Confundir o sol no amanhecer perturbado...
Encontrar as aves na mesma térmica,sonhar
A estesia é íntimo estilo de viver e aventurar.



E depois de voar até altitude do imaginário,
Deixando para traz a escalada do extraordinário
Vou mergulhar como uma gaivota sem limites,
Rasgar água no mar, novas terras em convites.



Então de nuvens serei espumas alvas no mar,
O sol deixará sua cor em minha pele ao resgatar;
Ficarei enfim dourada deitada na areia só beleza
Com você beijar magia e a poesia da natureza.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®


Na Frase dos Beijos


Na Frase dos Beijos

Quando em mim as fagulhas da primeira claridade
Irradiar as miríades de versos em brevidade...
Chuvas de sol ,luz engolindo crenças de ventania,
Ficarei em rito na palavra plena em analogia.

Que o novo minuto estenda em partículas de agora ...
Deixe o rastro de mistério,tocar minh'alma aurora.
Os rituais são asas da fantasia no teu horizonte,
No limite dos segundos te abraçarei na ponte.

Imaginarei os clarins no silencio dos princípios...
Buscarei as vogais dos meus dedos,nos vãos dos prelúdios.
E na tua voz chegarei ao amanhecer,em pura missão .


Entregarei o amor que me leva na luz espontânea.
Na frase dos beijos que me descobre momentânea...
Extasiada a conceber fiel na varanda da tua mão...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®


Passeia em mim a saudade...



Passeia em mim a saudade...


Nas retas e curvas do meu mundo íntimo, no meu castelo erguido e colocado abaixo, nas muralhas e jardins refeitos e nos pentagramas das torres os efeitos do meu ser na arte da criação.
No silencio existe uma tela em mim... As cores fluindo inspirações da saudade que me veste, da nostalgia que me enfeita. Sinto tão bem os matizes do meu interior onde as tonalidades são de tempo em tempo abstraídas, constantemente concretizadas como auroras surgindo e crepúsculos se perdendo em noites de verão.
No silencio existe um piano que me chama... Os toques suaves que vão penetrando numa profundidade alarmante, colocando meu ser em contato sublime com a inspiração. A arte fala em notas, a musica d’alma leve e forte, o silencio que desliza danças no corpo abraça melodia, gira e me faz gravitar em mim mesma...
A saudade então chega no silencio... Congela o momento, se aproxima com passos de luar nesta hora e se veste de rosas... O teclado já não possui letra só sentimentos, aconchegos de chegadas, partidas esquecidas, só presente em alegrias, só laços de euforia e fractais... E fractais de amor... Quando sinto as paredes do meu eu romperem em jardim e você se aproximar de mim...
Então o silencio se acaba, o piano cala e só o amor faz a fala da saudade...
Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®

No jardim um solo de cello...



No jardim um solo de cello...



O som vem de mansinho...
Leve como asas de borboletas, e vai assim voando na prosa do violoncelo brincando no meu jardim de ébano...
Deslizando como coloridos mosaicos sons leves pasteis.
Leves tintas na brisa caindo em notas no meu ser...
Leves como pássaros amarelos, o arco desliza nas cordas suavemente, docemente... Muito docemente...
Olho a minha volta e sinto as quatro cordas do som na cor das rosas e jasmins, variantes das claves, o tudo dos lírios e o mundo das oitavas falas. O principio do instrumental até o fim do solo perfeito.
No meio da complexidade das cordas a vibração do sentir, que chamam as hortelãs para mergulharem e voltar o meu centro. O profundo da minha harmonia, na consonância.
O ar torna suspiro novamente rarefeito e tão suave é meu corpo no ostracismo do som aperolado...
O templo de tons de aquarelas e pautas acrílicas, além delas existe a muralha de brumas intransponíveis...
Muralha construída de pedra em pedra ao som do monstro.
Sangrando as mãos em cada bloco de oitava erguido, bem niveladas, no ponto certo afinadas, no limiar perfeito e alto, alto até o infinito transparente do meu desejo...
O meu mundo esta assim de bem comigo de onde gera o meu cello poético.
O ventre da natureza canta o nascer e renascer, me toca com as notas livres da música, como asas de mosaicos voando no meu jardim particular, flores muitas em cada acorde me carregam na infinitude dos sentimentos.
Noite de doce calor, primaveril com cordas me falando segredos afinados em quintas.
No jardim um solo de cello...
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Primavera Alaranjada






Primavera Alaranjada


O tempo está parado, não o ar sim está parado, estagnado...

A vida desfila no meio do calor sem muita exuberância, buzinas ruidosas, poeira acinzentada dos carros, e calor subindo do asfalto.

O cotidiano é que está em alta nesta segunda abarrotada de idas e vindas, no passeio do asfalto da metrópole. Alguém corre da direita, outro se agita na esquerda, crianças se agarram nas mães, sorrisos se misturam com lágrimas dos pequenos, gargalhadas de jovens em voltas de livros servindo de sombra para esconder do sol, adultos apressam o passo parecem esquecidos correndo no meio de algo inatingível...É a cidade respirando sem parar primavera que mais parece verão...

O calor é sufocante, a primavera tem cor alaranjada, pede uma Coca-Cola, sorvete, guaraná, água tudo bem gelada e o céu nem se importa com seu azul anil neste dia tão quente. O céu parece querer só brincar com as nuvens, que também estão paradas, no ponto de observação, talvez esperando alguma ave para brincar.

À tarde se arrasta assim, sufocando os pedestres no meio da avenida, o farol parece dormir o sono dos anjos no meio do barulho, deixando os carros passarem...Passarem ...E só este calor que não passa...Praia isso, uma simples sublimação, mar azul, mergulho...

O tempo se rompe, não funciona o ato de sublimar neste asfalto, no piscar do farol a tarde desperta deste caos. Com uma imagem simples, tudo se transforma, uma folha voando é lá está o vento que surge não sei de onde ajeitando todas as folhas das árvores e balançando minha saia...E eis que vejo o Amor aos Pedaços...Surgindo assim no letreiro tão de repente no passeio da calçada....

Uma parada no final da tarde, neste espaço tão convidativo para um ato leve, real, uma exagerada necessidade de fazer do dia uma delícia exuberante ...Com uma simples torta gelada, estupidamente doce, com sua cobertura fantástica de chocolate...

O vento agora é uma caricia e a torta uma ambrósia nesta segunda agitada, sem fim no meio da tarde.... No pedido adiciono uma bela música, claro o cenário de primavera perfeito com uma pitada de J.G.de Araújo Jorge. Fantástica segunda na capital que tem de tudo para melhorar até mesmo o calor ...

Ah! Lá está a ave, brincando de esconder nas nuvens que se deslocam no meio do vento matreiro.

 

 

Marli Franco

Direitos Autorais Reservados®



 


Conto * Aves Místicas I - A Caçada

Aves Místicas I
A caçada

Havia um mundo das aves, e de tempos em tempos a natureza permitia que elas não entrassem em extinção.
As aves uma vez por ano podiam se transformar em mulheres para o Betame comemorar e suas espécies assegurar.
Os caçadores eram necessários para procriação, um grupo era selecionado pelas leis do universo, unidos em um pelotão seguiam para a mata.
Um pelotão estava armado, cheio de garra indo para a mata fechada com intuito de fazer uma caçada, mal sabiam o que os aguardavam...
Em vez de ir à caça como pensavam, todos ali homens destemidos cheios de guarnições seriam apenas caçados e colocados à disposição pelas aves místicas.
Corria o boato por todo planeta que quando os caçadores vinham em busca de caça, as árvores avisavam todos os animais e eles logo faziam festa, pois a data era do Betame a festa da primavera. a festa profana da procriação.
Um misto de festa pagã acontecia onde macieiras floriam, suas flores no chão faziam a cama e o perfume delas um afrodisíaco natural deixava os caçadores imbuídos do dom original o Amor.
Os caçadores de nada sabiam, como loucos seus utensílios poliam, buscavam cada vez mais indumentárias, guarnições e tudo para serem precisos na pontaria da caçada.
Mas o que caçariam? Nem sabiam...
Era só um esporte, uma ação, um disparate qualquer para se unir, rir enfim relaxar...
Sem nada para pensar tal qual um jogo de futebol, uma bola e todos correndo dois extremos de muitos palavrões e muitas mães voando na arquibancada. Meninos crescidos, quanta paciência...
Alegres de botas seguiam adentrando o mundo da mata com suas armas.
No primeiro km um deles fazendo graça come uma fruta envenenada...
Estrebucha tanto que os outros pasmos olham pensando que é teatro. Então dando o famoso murro nas costas, destronca o pescoço do coitado, tal qual uma galinha atropelada na máquina de frango da padaria da esquina.
Quando descobrem que a coisa era mais seria as brilhantes idéias surgem: vamos dar cerveja o grande remédio, um mais elaborado manda dar uísque, o outro diz que não vamos dar vodca. Enfim depois de tantas idéias perfeitas vem um e resolve fazer o coitado vomitar...
Grande idéia surge novamente, dando um sapato pra cheirar, por ironia do destino o coitado assim foi salvo, todos aplaudiram e os lobos que ali rondavam também.
A caminhada continuou dias sem nada diferente, as aves olhavam e simplesmente achavam que o ano nada de bom prometia os deuses estavam contra alguma coisa. E aquele grupo especial o que prometia?
O melhor era mesmo passar o perfume das flores da macieira e aguardar, como as águas do rio que deslizam ao sabor da brisa.
Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®



Abaixo   título do segundo capítulo


Aves Místicas II

A Conquista




Conto * Aves Místicas II - A Conquista


Aves Místicas II - Conquista

O universo com seu relógio impecável continuava girando...
Bem perto do lago das macieiras o grupo resolveu acampar, tentaram matar vários bichos, mas os animais se divertiram sem grandes dificuldades.
No dia do Betame à noite tudo estaria pronto, tudo corria preparado para os problemas corriqueiros, as listas estavam prontas nada poderia dar errado afinal a mãe natureza regia o planeta enquanto o universo se embevecia contando estrelas.
Quando o dia chegava ao fim os homens foram todos intuídos a tomar um belo banho, fato este que teve ajuda da senhora das águas que de quebra os perfumou com seus sândalos deixando cada um pomposo tal qual um marajá, já que em suas mentes aflorava a bela questão das mundanas paixões. Quando a brisa da noite chegou também deu um auxílio e deixou um vestígio em suas lembranças afloradas de amores perdidos, o que os levou a ficarem embevecidos pelo canto da lua...
Com tudo preparado à brisa ainda fez mais um toque começou carregar antes que o vento chegasse o suave perfume das flores de macieiras e com este aroma os caçadores foram guiados ao local mais venerado do Betame, o campo das macieiras.
Quando lá chegaram ficaram todos assombrados, as folhas e flores pendiam em cachos formando caramanchões enormes, no chão se estendia lençóis de flores e o perfume das maças dava um afrodisíaco inesquecível. Mudo os caçadores se arrepiaram e neste exato momento entraram no local onde ainda levitando as aves transformadas em mulheres, divindades pagãs pareciam etéreas, sorrindo tal qual as musas de tantos poemas um dia descritos.
Os caçadores não conseguiam absorver o que acontecia, a emoção sobrepujava a imaginação.
Um deles se prostrou diante da imagem e na mesma hora uma das aves o ergueu e levou para um dos caramanchões. Nesta hora surgiram do nada muitas fogueiras e muitas danças tomando conta do campo das macieiras, sorrisos e gemidos, brincadeiras anunciando a paixão se misturaram com as chamas crepitando as ilusões.
Enfim cada caçador foi levado por uma mulher, cada uma vestia uma capa de tecido diáfano da cor das tuas plumas, cada uma sorriu e amou seu caçador até chegada do sol, então elas se foram assim como os homens todos gostam, sumiram no céu azul sem eles verem mais nada...
Transformadas em aves novamente carregando as sementes da nova geração, da espécie em extinção o Homem feito de Amor e a Ave feita de puro Esplendor.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®


Abaixo   título do primeiro capitulo 

Aves Místicas I

A caçada



O Nada


O Nada


Cerca, aperta, afronta...
Engole os sonhos sem licença
Invade alma em mil lágrimas
Esmigalha a pura consciência
Perturba o azul do refúgio bem montado
Desestrutura as velhas peças marcadas
Coroe todas fantasias sem piedade

Esvazia...anula...

Perde o compasso dos passos
Desintegra o rumo dos caminhos
Estilhaça a ilusão da alegria
O frio é abaixo da escala suportável
Rasga o silêncio do peito em vão
Ergue inútil a mão
Infeliz...só segurando na outra...
Na esquerda que comanda a direita
No lado frágil que se rasga
A pele mancha reagindo
Os olhos absorvem o vazio...

Inútil...O nada ...Que só amarga.


Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®



Lágrima III



Dança da Profecia


Dança da profecia

O meu amor te concede a dança da profecia...
E capta a chama rosecler do cosmo a surgir,
No anoitecer uma melodia chega sucumbir;
Nas nuances dos perfumes em sintonia...

O meu amor carrega as leis da saudade.
Nas folhas da faia canção,notas de solidão
Segue um refrão estrelas da eternidade.
Ilumina os meus passos na vasta emoção.

O teu amor e o meu amor são cristalinos...
Correm no jardim de Eros como infantes,
Adormecem em abraços nobres de navegantes.


Nas águas do Egeu, a luz do Pathernon divino...
Deixa o Amor remar na indelével cor da paixão.
Sob olhar dos deuses, a Poesia ondeia no coração.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Além do Aroma de Hortelã...



Além do aroma de Hortelã ...


O meu amor nasceu na terra da ilusão viva...
E depois se fixou na estrela onde sou cativa,
Criou jardins enlevos nas floradas do passado
Abençoou a paixão, na profecia do condado .. .

O meu amor é luz intensa que guia minha vida.
Gera a essência no meu íntimo e dá guarida,
Marca o centro das estrofes nas andanças
E liberta emoções, nas imagens em alianças...


No percurso hoje sigo além do aroma de hortelã...
Sou saudade , sou fé e crenças no novo amanhã
O ontem é o meu talismã ,no hoje o meu presente.


Não sou Poeta , quero ser uma ave em poesia,
Cantar todo este amor que minh’alma cria...
Quero me encantar na luz que me fez silente.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®